Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Caindo na Gandaia terça, 23 de maio de 2017

VAI TOMAR NO C* - A VINGANÇA

VAI TOMAR NO C* – A VINGANÇA!

Raimundo Floriano

 

 O temido vocativo

 

                        Matéria publicada no Jornal da Besta Fubana no dia 14.7.2014.

 

                        Isso que vocês estão vendo aí embaixo, se apreciado voluptuosamente, fesceninamente, afrodisiacamente, assemelha-se a um esfíncter deflorado – eis que sem pregas – e sustentado por centenas de falos em ereção. Ganhou o nome de arena, como todos os campos de futebol recém-construídos para a Copa 2014. Mas esse daí tem história!

 

Estádio Nacional Mané Garrincha - Acervo Google

 

                        Para edificar uma arena obedecendo aos padrões da FIFA, aqui na Capital Federal, tornou-se necessária a demolição da outra que no local se encontrava e vinha atendendo muito bem à demanda brasiliense. E assim o velho Mané Garrincha se foi. Mas opondo tenaz resistência, muito diferente da população, que num tava nem aí. Vou lhes contar.

 

O velho Mané Garrincha, em tarde/noite de Vasco x Gama

- Acervo Google

 

                        Era necessário implodi-lo. Para isso, usaram carradas de dinamite, isolaram a área e tacaram fogo! Tudo filmado! Foi aquela fumaceira, que encobriu o Setor Hoteleiro, mas quando a poeira baixou, lá estava o Mané Garrincha, incólume, soberbo, como que dizendo, para vingar-se:

 

                        – Implosão, vai tomar no c*!

 

                        Aí, os implodidores se danaram! Redobraram a carga! E foi aquele papoco, que se ouviu até nas Satélites. Abaixada a poeira, lá estava o Mané, com a cara mais safado do mundo, novamente a exclamar, em solitária vingança:

 

                        – Implosão, vai tomar no c*!

 

                        Desiludidos, os implodidores resolveram derrubá-lo a golpes de picareta – já disseram que, só no Congresso Nacional, tem 300 –, trincha, enxada, marreta, tudo que era ferramenta manual destrutiva.

 

                        Mas sabem por que o Mané bradava aquele impublicável e sonoro vocativo? É porque o estádio é o templo do palavrão! Não há juiz de futebol que não voltou pra casa com os ouvidos zonzos de tanto ouvi-lo. Igualmente, não há juiz de futebol no qual o vocativo pegou nem que o tenha obedecido. Sabem por quê? Eu mesmo respondo: porque todos não ligaram!

 

                        Aliás, muito antes da implosão, esse terrível vocativo já se fizera ouvir dentro do saudoso Mané. Aconteceu no início de 2007, numa partida entre o Vasco e o Gama, quando o Romário tentava marcar o milésimo gol – faltavam dois –, à qual compareci com minha família.

 

                        Foi uma festa, a partir dar imediações do Mané, com os vendedores ambulantes de camisetas, churrasquinho, refrigerante, cerveja, pinga e tudo que era de guloseima, além da bagunça lá dentro, os torcedores fazendo de tudo que lhes era de direito.

 

                        Em certo momento, correu um zunzum de que o Presidente Vascaíno se encontrava no estádio, e aí aconteceu a unanimidade que jamais eu presenciara entre torcidas adversárias. Todos, em uníssono, passaram a gritar, durante quase dois minutos:

 

                        – Fulano, vai tomar no c*! Fulano, vai tomar no c*! Fulano, vai tomar no c*!...

 

                        No dia seguinte, nenhuma nota em toda a mídia sobre o degradante vocativo. E sabem por quê? Respondo-lhes: porque o Fulano não se importou!

 

                        Quando eu era menino, botaram-me o apelido de “catingudo”, no Grupo Escolar. Fui queixar-me à Diretora, e ela me aconselhou: – Não ligue, que eles param de chamar! Assim fiz, e o apelido não pegou!

 

                        O caso acontecido no Itaquerão, na abertura da Copa do Mundo/2014, foi emblemático. Mandaram Certa Autoridade tomar no c* e, logo depois do jogo, a mídia brasileira e internacional foi só do que se ocupou. E sabem por quê? Respondo: porque a Autoridade ligou, se importou, passou recibo.

 

                        Caso ela tivesse jogo de cintura, chamaria as câmeras e holofotes para si e cantaria, para toda a arena, esse refrão de samba carnavalesco gravado por Zilda do Zé:

 

                        – Vai, vai, amor! Vai, que depois eu vou!

 

                        Mas não, além de ela passar recibo, vestir a carapuça, sua assessoria ficou a investigar quem, dentro da arena, lhe dirigiu tal vocativo, quando seria impossível individualizar, pois me parece ter sido a totalidade, segundo dizem, pois não assisti ao jogo.

 

                        Um Prócer, em gesto inteiramente racista e segregativo, culpou a “elite branca”, o que fez com que a mira de seus correligionários se voltasse para a apresentadora Xuxa, querendo saber se ela igualmente o proferira, vez que também comparecera ao Itaquerão e pertence à tal “elite” criada pelo dito Prócer. Ela? Rainha dos Baixinhos? Claro que não!

 

                        Embora eu não estivesse lá, tenho know-how para livrar a “elite branca” de qualquer culpa e debitá-la inteiramente aos torcedores menores de 40 anos, ali presentes, homens e mulheres, independentemente da etnia, por não saberem, devido à pouca idade, quanto dói tomar no c*. Se assim procederam, na ignorância, só merecem perdão e nada mais!

 

                        E aqui abordo o tema principal deste meu relambório, que é a vingança daqueles machos que acima dos 40 já se encontram e, se quiserem viver mais 40, devem uma anual visita ao urologista. Da primeira vez, já sai de lá diagnosticado e também sabendo o que é tomar no c* e como isso doloroso o é!

 

                        Ano passado, no Dia do Diabético, aqui em Brasília, muitos laboratórios montaram estandes em frete à UNICOM e adjacências, na Rua das Farmácias, para orientar a população sobre as enfermidades que aperreiam, principalmente, as pessoas de idade avançada. Eram médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, acupunturistas e outras especialidades, de ambos os sexos, prestando-nos todos os tipos de informação.

 

                        Num dos boxes, desconhecido aparelho me chamou especial atenção. Devido a sua finalidade, batizei-o logo de TOMADOR NO C*’! Servia para que os homens resistentes ao exame de toque pelos urologistas se cientificassem do que é a próstata e como detectar se ela é portadora ou não de tumor maligno.

 

 

Aparelho Tomador no C*

 

                        Não resisti à tentação!

 

                        E, nessa dedada que vocês me veem executando acima, vai minha vingança contra todos os urologistas brasileiros que, em sua maioria jovens, ainda não passaram pelo toque e, por isso mesmo, não sabem como dói levar futucadas no fiofó!

 


Aparelho Tomador no C*


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