VAI-TE
Maria Firmina dos Reis
Entre tu, ─ que és tão sensível,
E eu, que te adoro tanto,
Colocou a sorte ─ o pranto,
Marcou Deus, ─ o impossível!
Ouviste! Deus! não intentes
Frustrar os decretos seus!
Sufoca as dores que sentes,
Esquece os transportes meus.
Vai longe, longe olvidar
Nossos protestos de amor!
Vai teu fado obedecer;
Vai… não voltes… trovador.
Sofre, embora, cruas dores,
Sinta eu lenta agonia;
Embora mil dissabores
Me envenene a noite, e o dia,
Vai-te! vai-te… Deus nos diz:
Impossível! Oh! que dor…
Vai-te… deixa-me infeliz.