Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 07 de maio de 2019

UMA FESTA TAMANHO FAMÍLIA: SUELI SILVA REENCONTRA O FILHO

 

Uma festa tamanho família
 
Duas semanas antes do Dia das Mães, Sueli Silva ganhou o melhor presente que poderia ter: a presença do filho na data especial após 38 anos separados

 

» ALAN RIOS

Publicação: 07/05/2019 04:00

 

"No momento em que o vi, o agarrei nos braços, falei que ele era bem-vindo na minha vida e que o amei durante todo esse tempo. Foi um momento bem longo e especial" Sueli Silva, mãe "Não vejo a hora de tirar aquela bela foto de família que a gente sempre espera" Ricardo Araújo, filho

 

 
Sueli Silva, 56 anos, passou 38 dias das mães sem saber onde estava o filho Ricardo Araújo, tirado de seus braços na porta do Hospital Regional do Gama (HRG). Mas agora será diferente. Após todo esse tempo, os dois se reencontraram. Primeiro, ela pediu ajuda policial para achar o filho roubado. Anos depois, soube que agentes da 14° Delegacia de Polícia (Gama) encontraram pistas que poderiam indicar quem era o rapaz. Daí, então, veio o exame de DNA, que comprovou a maternidade com o morador da Paraíba. Ela não teve dúvida e seguiu para João Pessoa, no último dia 30, quando pode, enfim, rever o filho. Hoje, os dois retornam para Brasília.

“No momento em que o vi, o agarrei nos braços, falei que ele era bem-vindo na minha vida e que o amei durante todo esse tempo. Foi um momento bem longo e especial. Até agora estou levitando!”, comemorou Sueli. A mãe foi de surpresa a João Pessoa, não aguentava a ansiedade. “Era um momento que esperei durante anos. Na hora me veio um êxtase de felicidade. Percebi que era o que faltava para fechar essa última lacuna da minha vida”, disse ela.

Sueli disse à reportagem que não sabia qual seria a reação do filho, mas o encontro não foi um presente só para ela. Ricardo Araújo, 38, cresceu sabendo que era adotado, mas seus pais de criação não entraram em detalhes sobre a história do nascimento, disseram apenas que a mãe biológica não tinha condições de criá-lo. Seis meses atrás, em dezembro, a mãe que o criou morreu em um acidente de carro. “Então, a minha cabeça estava a mil, porque ela faleceu. Depois, descobri que a minha mãe biológica estava me procurando. Nos falamos e nos encontramos de surpresa”, contou o corretor de imóveis.

“Fiquei sem reação na hora em que coloquei os olhos nela. Meu corpo gelou dos pés à cabeça, pensando em tudo o que aconteceu nos últimos anos. Tudo me emocionou muito e fiquei extremamente feliz”. Evangélico, Ricardo disse ainda que essa é uma oportunidade que Deus deu a ele de ter novamente a presença de uma mãe. Mas a bênção do presente de um familiar não caiu só sobre ele. Sueli conheceu ainda os três filhos de Ricardo, de 10, 8 e 6 anos. Ela ganhou também três netos! “Foi maravilhoso me ver avó! A impressão que eu tinha era que estavam nascendo meus netinhos naquele dia”, disse.
 
“A mãe do ano”
 
Ricardo não vê a hora de conhecer os dois irmãos de sangue, filhos de Sueli (de 21 e 23), e toda a família. “Ele disse que está preparado para criar o vínculo afetivo que nos foi tirado. Vamos reconstruir nossa família”, afirmou Sueli. “Não vejo a hora de tirar aquela bela foto de família que a gente sempre espera”, acrescentou Ricardo. Não teria data melhor para isso do que no próximo dia 12. O Dia das Mães será o primeiro em que Sueli e Ricardo estarão juntos, e promete ainda mais emoções.

“Será o dia mais importante da minha vida, porque agora sou a mãe do ano, a mais feliz do mundo!”, comemorou. O filho lembra ainda que esse é só o começo de uma nova história: “Será a primeira de muitas datas que vamos passar juntos”.
Enquanto vivem esse momento de alegria, nenhum dos dois pensa na possibilidade de procurar, pelo menos agora, o pai de Ricardo, o policial militar que teria saído do país, em 1981, antes de saber da gravidez da então namorada. “Essa possibilidade não está descartada, mas a prioridade é reconstruir nosso vínculo afetivo”, contou a mãe. Ela confessa que agora só pensa mesmo é no dia 12: “Será uma festa tamanho família”, brinca.



MEMÓRIA
 
Trauma que não se esquece
 
Órfã de mãe e abandonada pelo pai, Sueli passou a infância e boa parte da juventude em um abrigo na Colônia Agrícola de Corumbá, em Goiás. Lá, chegou a ser abusada sexualmente e teve uma relação conflituosa com a dona da instituição, a “tia Marta”. A mulher, que já morreu, é apontada pela Polícia Civil como a provável mandante do sequestro de Ricardo, em 1981.

Após engravidar, aos 16 anos, de uma relação consensual, Sueli viveu um drama quer a marcou por toda a vida: funcionários do abrigo pediram para segurar o filho recém-nascido, enquanto saíam da maternidade do Hospital Regional do Gama (HRG), e sumiram com a criança. A mãe, traumatizada, só conseguiu relatar tudo à polícia em 2013, e a investigação teve fim em 25 abril deste ano, quando agentes da 14ª Delegacia de Polícia (Gama) encontraram Ricardo e o teste de DNA confirmou a maternidade.
 
 
 
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