Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sábado, 18 de abril de 2020

UMA CORRENTE DO BEM

 

Uma corrente do bem
 
Doações de cestas básicas têm ajudado famílias carentes de São Sebastião. Moradores do Jardim Botânico se mobilizaram para doar cupom de alimentação válido em pequenos mercados locais. Refugiados ajudam confeccionando máscaras

 

» CIBELE MOREIRA
» JULIANA ANDRADE

Publicação: 18/04/2020 04:00

Francisca Oliveira e a filha Ana Luísa recebem cupom de alimentação da auxiliar do projeto Francely Rocha  (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

Francisca Oliveira e a filha Ana Luísa recebem cupom de alimentação da auxiliar do projeto Francely Rocha

 



Em meio à crise provocada pelo novo coronavírus, as famílias em situação de vulnerabilidade social são as que mais sofrem. Muitas perderam a única renda familiar ou não contam mais com a merenda escolar para reforçar a alimentação dos filhos. Com todos dentro de casa, em tempo integral, muitas mães têm contado com gestos de solidariedade para garantir a comida na mesa. No Jardim Botânico, os moradores se reuniram para ajudar a região administrativa vizinha, São Sebastião.

O projeto Cesta do Bem, da Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) Movimento Comunitário do Jardim Botânico, arrecadou cerca de mil cestas básicas. Destas, mais de 700 já foram entregues. “Temos ao lado uma comunidade mais carente, onde muitos trabalham como diaristas e pedreiros aqui no Jardim Botânico. Então, os próprios moradores perceberam que essas pessoas ficaram desassistidas, sem trabalho”, afirma o secretário executivo da Oscip, Ilton de Queiroz Junior.

Diante da pandemia, a forma de doar também mudou. Para evitar o máximo de contato, a doação é feita pela internet e os beneficiários recebem vouchers para a retirada dos produtos em pequenos mercados de São Sebastião. “Muitas pessoas compram cestas em atacadões, e o dinheiro acaba indo para as grandes empresas. Os pequenos comerciantes, que são os que mais precisam,  ficam sem renda”, justifica Ilton. Atualmente, há 400 famílias cadastradas para receber a cesta. A seleção dos atendidos pelo projeto é feita por cooperativas, escolas e igrejas.

João Santana, presidente de uma cooperativa de catadores de São Sebastião, é um dos responsáveis por levar os vouchers para famílias de catadores. Ele destaca a importância de ações como esta. “Estamos fazendo o cadastro das famílias que estão passando por necessidades. A situação é gritante. Muitos ainda não tiveram acesso ao auxílio emergencial. A nossa luta é para garantir o básico, a alimentação”, destaca. Para uma alimentação completa, os beneficiários recebem dois tipos de cesta: uma com alimentos básicos e itens de higiene, e outra com verduras e legumes.

Para Francisca Diana Alves de Oliveira, 41 anos, a cesta veio em boa hora. “É muito ruim olhar para o armário e ver que não tem mais nada. Ainda mais com todo mundo em casa, não ter o que comer é desesperador”, afirma Francisca, que mora com o marido e os três filhos. Com o esposo desempregado e ela afastada do trabalho, sem saber se terá dinheiro para o próximo mês, Francisca ficou muito grata com a ação. “Eu não esperava. Nunca ganhei nada, fiz o cadastro sem saber se ia realmente receber”, conta.

Saber que a ajuda está indo para quem realmente precisa é gratificante para quem doa. Camila Costa é síndica de um condomínio no Jardim Botânico. Ela conta que a mobilização se fortaleceu no momento de pandemia, mas pede que a ação seja recorrente. “A gente sabe que essas famílias que estão recebendo as cestas passam por dificuldades bem antes do novo coronavírus chegar. A pandemia agravou a situação delas”, pontua.

Máscaras


Além do voucher de compras em mercados locais de São Sebastião, o Movimento Comunitário do Jardim Botânico também contempla o projeto Fábrica Social, com o trabalho de refugiados venezuelanos. Nesse momento de pandemia, os esforços estão concentrados na confecção de máscaras de tecido. Segundo Ilton Júnior, a iniciativa visa ajudar tanto as famílias carentes, que não têm como comprar equipamentos de proteção individual (EPIs), quanto os próprios refugiados, com uma garantia de renda.

Mãe de três filhos, a venezuelana Yusklary Gutierrez conta que o trabalho vai ajudá-la a garantir o sustento em casa. “E ainda ajuda a comunidade com a proteção. É muito gratificante poder contribuir de alguma forma”, relata.  Ao todo são quatro refugiados que estão produzindo as máscaras pelo projeto.

Apoio


Além do projeto Cesta do Bem, uma outra ação tem ajudado moradores da Vila do Boa, um dos bairros mais carentes de São Sebastião. Professores do Centro de Ensino Fundamental Cerâmica São Paulo perceberam que muitos alunos da escola contavam com a merenda escolar para se alimentar. Com as aulas suspensas, os docentes se mobilizaram para arrecadar cestas básicas para essas famílias. Em uma semana, eles conseguiram reunir 45 doações.

Com oito pessoas dentro de casa e a única que recebe renda, Hevelin Bento Alves, 40, conta que a ajuda veio como uma benção de Deus. “Foi muito gratificante receber esse carinho dos professores. Com um salário mínimo, a gente precisa fazer o almoço sem pensar na janta”, conta a mãe de cinco filhos.

Para incentivar as doações, a professora e assistente da direção do Centro de Ensino Fundamental Cerâmica São Paulo, Li Costa Ribeiro, resolveu confeccionar máscaras de pano em troca das cestas. A cada cesta básica, ela entrega um kit com cinco máscaras caseiras. “Eu já estava fazendo máscaras antes da iniciativa. Quando surgiu a proposta entre os professores, eu me dispus a fazer o kit como uma forma de incentivo”, explica. Ela tem um ateliê em casa e faz as máscaras com o material que já tinha guardado.

  • Palavra de especialista
    O infectologista Alexandre Cunha fala sobre importância do isolamento social em tempos de Covid-19

    Porque as pessoas precisam respeitar o isolamento social?
    O isolamento social precisa ser feito porque, até o  momento, ele é a única medida comprovada que reduz a mortalidade pela Covid-19. A gente não tem nenhum tratamento comprovadamente eficaz, que tenha mostrado resultado em qualquer estudo clínico. Ainda não temos vacina disponível, e continuaremos assim por um bom período. Então, com a quarentena, a gente diminui a intensidade de transmissão, para que os hospitais consigam suportar a demanda e dar o melhor tratamento possível às pessoas infectadas. 

    Quais são os riscos de não ter o isolamento?
    Os riscos de não ter isolamento é ocorrer exatamente o que aconteceu em países onde não foi feito isolamento adequado, como na Itália, na França, na Espanha e nos Estados Unidos. Impressiona muito o fato das experiências mal sucedidas de isolamento, feito tardiamente ou com menos força, não impactarem as pessoas que defendem o afrouxamento da quarentena. A gente viu o desastre que acontece quando não há isolamento, e a gente tem experiências bem sucedidas de distanciamento social, como é o caso do Brasil.


  • Como ajudar

    Cesta do bem

    » mcjb.org.br/cestadobem
    » contato@mcjb.org.br
    » 3427-3038
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