Duas fôia de papel
Pra embrulhar coisa alguma
Nada, vendendo de ruma
Mosca fazendo escarcéu
Garrafa seca sem mel
Formiga sem formicida
Sem rapadura ou batida
Balança pença sem prato
Uma bodega no mato
Mesmo sem nada é sortida
caba contando lorota
devendo pra mais de um mês
só Maciel de frequês
com Xico tomando meiota
na saída o dono anota
a conta na caderneta
dinheiro, só com luneta
em Iguaraci ou no Crato
uma bodega no mato
mermo sem nada é porreta
meio cibazol furado
e dois dedim de aguardente
par de óculos sem lente
farpas do arame farpado
um papel todo riscado
uma caneta estragada
um cabo cotó de enxada
remédio pra matar chato
Uma bodega no mato
É uma fartura de nada