De todos os homens que conheço, aquele que semeia versos, ora voando que nem borboleta, ora cantando como pássaro, é o mesmo que também sabe colher luzes e reunir perdidos sons, acolhendo todos os tons em seu tímpano feliz. Sempre com um sorriso a enfeitar seus lábios e os daqueles que o cercam. Ninguém a ajudá-lo, tantos a lhe atrapalhar. Nas horas vagas, solitariamente, devora brisas e transforma em luz as hostis imagens. E nos trilhos de sua espera, em meio a tintas e aquarelas, a estação é sempre a do chegar, nunca a do partir. Ele desconhece a palavra adeus. A primavera é mais flor quando aquele homem, sorriso estampado no rosto, bondade guardada nas mãos, canta, voa e zune os poemas mais ternos nos outonos e invernos, tecendo sonhos nos verões cheios de sol, transformando tudo em jardins. Quem é aquele homem que vive a sorrir? E se todos os homens aprendessem a sorrir, como sorri aquele homem, espalhando alegria no meio do mundo? Pelo jeito, aquele homem deve ser Poeta. No mínimo, faz-se acompanhar da alma deles e jamais aprovaria uma guerra.
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