Esta é uma versão resumida do cordel do sapo e do saco. É uma versão para recitais, pois a original ficaria muito longa para ser cantada, mas a essência da história está aí...
UM SAPO DENTRO DE UM SACO
Marcos Mairton
Andando por esse mundo
Já vi muito bicho feio.
Por isso, dificilmente
Me espanto ou me aperreio.
Mas tive um certo receio
Ao encontrar, num buraco,
Um sapo dentro de um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Era uma noite escura,
Eu voltava para casa,
Quando ouvi alguma coisa,
Como um batido de asa,
Como água apagando brasa,
Como a queda de um barraco.
E era um sapo dentr’um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Apurei o meu ouvido
Pra saber de onde partia
Aquele barulho estranho,
Aquela meia-agonia.
Medo mesmo eu não sentia,
Mas fui ficando velhaco.
Com o sapo dentr’o saco;
E o saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Então, fui me aproximando
No meio da escuridão.
Como eu não via nada,
Fui assim, passando a mão.
Procurando pelo chão,
Como quem cata cavaco,
O sapo dentro do saco;
O saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Enquanto eu tateava,
Continuava o barulho.
Foi aí que, bem do lado
De um monte de entulho,
Tropecei num pedregulho
E caí feito um pau fraco,
Perto do sapo no saco;
Do saco com o sapo dentro;
Do sapo fazendo papo
E do papo fazendo vento.
Quando caí, o meu braço
Entrou numa cavidade
Onde alguém, um pouco antes,
Fez suas necessidades.
Naquela velocidade,
Atolei até o sovaco.
E o sapo dentro do saco;
E o saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Quando eu quis me levantar,
Minha surpresa foi tamanha
Que fui caindo de novo,
Como uma lata de banha.
Pulou uma coisa estranha
Para fora do buraco.
Era o sapo dentr’o saco;
O saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Assustado com a coisa
Que se sacudia inteira,
Que fazia mais zoada
Do que vendedor na feira,
Bati a mão na peixeira,
Joguei de lado o casaco,
Meti a faca no saco,
No saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Dei mais de vinte facadas,
Não acertei uma só.
Mesmo eu sendo acostumado
A “rejetar” mocotó.
É difícil até mocó
Escapar quando eu ataco.
Mas o sapo dentr’o saco,
E o saco com o sapo dentro,
Pulava e dava sopapo
Com o papo fazendo vento.
Fui embora cabisbaixo,
E aprendi a lição,
De não sair chafurdando
No meio da escuridão.
Não fujo de assombração,
Mas nunca mais me atraco
Com um sapo dentr’um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Andando por esse mundo
Já vi muito bicho feio.
Por isso, dificilmente
Me espanto ou me aperreio.
Mas tive um certo receio
Ao encontrar, num buraco,
Um sapo dentro de um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Era uma noite escura,
Eu voltava para casa,
Quando ouvi alguma coisa,
Como um batido de asa,
Como água apagando brasa,
Como a queda de um barraco.
E era um sapo dentr’um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Apurei o meu ouvido
Pra saber de onde partia
Aquele barulho estranho,
Aquela meia-agonia.
Medo mesmo eu não sentia,
Mas fui ficando velhaco.
Com o sapo dentr’o saco;
E o saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Então, fui me aproximando
No meio da escuridão.
Como eu não via nada,
Fui assim, passando a mão.
Procurando pelo chão,
Como quem cata cavaco,
O sapo dentro do saco;
O saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Enquanto eu tateava,
Continuava o barulho.
Foi aí que, bem do lado
De um monte de entulho,
Tropecei num pedregulho
E caí feito um pau fraco,
Perto do sapo no saco;
Do saco com o sapo dentro;
Do sapo fazendo papo
E do papo fazendo vento.
Quando caí, o meu braço
Entrou numa cavidade
Onde alguém, um pouco antes,
Fez suas necessidades.
Naquela velocidade,
Atolei até o sovaco.
E o sapo dentro do saco;
E o saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Quando eu quis me levantar,
Minha surpresa foi tamanha
Que fui caindo de novo,
Como uma lata de banha.
Pulou uma coisa estranha
Para fora do buraco.
Era o sapo dentr’o saco;
O saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Assustado com a coisa
Que se sacudia inteira,
Que fazia mais zoada
Do que vendedor na feira,
Bati a mão na peixeira,
Joguei de lado o casaco,
Meti a faca no saco,
No saco com o sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.
Dei mais de vinte facadas,
Não acertei uma só.
Mesmo eu sendo acostumado
A “rejetar” mocotó.
É difícil até mocó
Escapar quando eu ataco.
Mas o sapo dentr’o saco,
E o saco com o sapo dentro,
Pulava e dava sopapo
Com o papo fazendo vento.
Fui embora cabisbaixo,
E aprendi a lição,
De não sair chafurdando
No meio da escuridão.
Não fujo de assombração,
Mas nunca mais me atraco
Com um sapo dentr’um saco;
Um saco com um sapo dentro;
O sapo fazendo papo
E o papo fazendo vento.