Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Pedro Fernando Malta - Repentes, Motes e Glosas sábado, 02 de janeiro de 2021

UM POEMA DE MARIANE BIGIO (CORDEL DE PEDRO FERNANDO MALTA, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

UM POEMA DE MARIANE BIGIO

Pedro Fernando Malta

A cordelista recifense Mariane Bigio, graduada em Comunicação Social e especialista em Literatura de Cordel

* * *

A roupa que a gente veste
A roupa que veste a gente

A gente andava pelado
Isso foi antigamente
O Índio ‘inda anda assim
Se porta naturalmente
A gente é que se reveste
A roupa que a gente veste
A roupa que veste a gente

Tanta roupa diferente
Cada qual do seu jeitinho
Camisa, calça, vestido
Bem comprido ou bem curtinho
Tem roupa de ir à praia
Tem sunga, biquíni, saia
Tem maiô e tem shortinho

Se fizer um friozinho
A roupa faz ficar quente
Tem casaco, meia e gorro
Pra que o calor se sustente
No tecido é que se investe
A roupa que a gente veste
A roupa que veste a gente

Pode ser que o clima esquente
E o suor pingue da testa
Tem tecido leve e fino
Estampas fazem a festa
As mangas cortadas fora
Chapéus vêm em boa hora
Fazendo sombra modesta.

Às vezes a gente empresta
Pega emprestado também
Às vezes a gente ganha
A roupa que foi de alguém
Roupa usada do brechó
Roupa antiga da vovó
Bem miúda pro neném.

A roupa vai muito além
De uma casca exterior
Não precisa ser de marca
Nem ser cara, não senhor
Ser confortável convém,
Se ela nos faz sentir bem
Já é de grande valor.

Em uma história de amor
Caso haja um casamento
O traje de quem se casa
De acordo com o sacramento
Traduz significados
Nas roupas representados
Neste especial momento.

Pra nos proteger do vento
Um cachecol bem felpudo
As luvas vestem as mãos
Sendo de lã ou veludo
A roupa preta é pro luto
Padrão pro atleta astuto
Tem mesmo roupa pra tudo.

Até merecem estudo
As famosas vestimentas
De alguns ícones da história
Cuja a roupa salienta
Sua singularidade
Faraós na Antiguidade
Madona aos Anos Oitenta.

A lista aqui só aumenta
Elvis Presley com seu brilho
As moças de antigamente
As que usavam o espartilho
A Gueixa com seu Quimono
Pijama é pra quem tem sono
E os versos seguem seu trilho.

Às vezes de pai pra filho
A roupa é feio uma herança
Tem a batina do padre
Que batiza uma criança
Tem roupa que é fantasia
Se o carnaval principia
Pra poder entrar na dança.

Cor verde traz esperança
Para quem acreditar
Que a roupa muda o astral
E pode nos transformar
Tem roupa que comunica
Como bandeira que indica
À que viemos lutar.

A roupa pode falar
Simbolizar a Cultura
Através da indumentária
Um Povo se configura
Beleza que não se poupa
Uma ciranda de roupa
Que no mundo se costura.

São as cores, a textura
Fios a se entrelaçar
Tem as máquinas e as tinturas
Agulha, linha e tear
Norte ou sul, leste, oeste
A roupa que a gente veste
Tem histórias pra contar.

Roupa sempre vai mudar
A moda é sua regente
O estilo é particular
Da vitrine é independente
Do Nordeste ao sudeste
A roupa que a gente veste
A roupa que veste a gente!


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