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Florença vista a partir do Giardino delle Rose, um dos pontos mais concorridos entre turistas e moradores — Foto: Gian Amato
É o renascimento de Florença. A capital da Toscana é agora o endereço da atração cultural mais visitada da Itália, a Galeria Uffizi. De maneira inédita, seus corredores repletos de obras de grandes mestres superaram o Coliseu, os Museus do Vaticano e as ruínas de Pompeia. Do lado de fora, a atmosfera dos cafés, bares, ruas e praças lotadas de arte e gente contam a história da nova ascensão da cidade que foi berço da Renascença.
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O diretor do museu, Eike Schmidt, enumerou os três fatores decisivos para o ressurgimento.
— As novas salas dedicadas ao século XVI, inauguradas em maio passado, as exposições que vão da antiguidade clássica à contemporânea e a oferta cultural que distribuímos na web e nas redes sociais — pontuou Schmidt, em comunicado enviado ao GLOBO.
A Uffizi condensa parte da história da arte ocidental em um palácio de mais de 500 anos, com dois andares e dezenas de salas. É um feito digno de Perseu, algoz da Medusa.
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Sala da Galeria Uffizi, em Florença, onde fica a "Medusa", uma das obras mais conhecidas de Caravaggio — Foto: Divulgação
Aliás, admirar a estátua do herói mitológico localizada na Piazza della Signoria, perto da Uffizi e ao lado do Palazzo Vecchio, é um bom aquecimento antes das galerias. Esculpida em bronze pelo renascentista Benvenuto Cellini, integra a Loggia dei Lanzi, o museu a céu aberto e gratuito que também tem obras de Pio Fedi e Giambologna.
Clássico e contemporâneo também se misturam na Piazza della Signoria. A “Pietá” (2021), de Francesco Vezzoli, tem a cabeça arrancada por um leão e jaz vestida com as cores da Ucrânia, intervenção do artista tcheco Vaclav Pisvejc. Nas vitrines e janelas da cidade, bandeiras coloridas pedem paz.
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Na Piazza della Signoria, em Florença, a 'Pietá' (2021) de Francesco Vezzoli ganhou as cores da Ucrânia, após intervenção do artista tcheco Vaclav Pisvejc — Foto: Gian Amato
Depois de flanar pela Signoria, chega a hora marcada com antecedência para entrar na Uffizi, uma conveniência que elimina a fila e acrescenta € 4 ao ingresso de € 20 (cerca de R$ 101). Lembrete: a Itália encerrou em março o estado de emergência, mas as máscaras ainda são obrigatórias em locais fechados.
Os corredores são organizados em formato de U e o site oferece um PDF que põe o elenco de artistas na palma da mão: Giotto, Botticelli, Rafael, Michelangelo, Da Vinci, Rembrandt, Caravaggio, Artemisia, Tiziano e etc.
As amplas janelas emolduram ângulos da cidade como se fossem obras de arte. Em um deles, o panorama da Ponte Vecchio sobre o Rio Arno atrai a mesma atenção que esculturas, quadros e pinturas no teto do palácio.
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Visitantes na Galeria Uffizi, no centro histórico de Florença, na Itália — Foto: Divulgação
“A primavera” e “O nascimento de Vênus”, na sala Botticelli, causam impacto pelas dimensões físicas e artísticas. Teriam sido feitas sob encomenda para adornar uma residência privada de Lorenzo de Médici. A Vênus virou ícone e se multiplicou na cultura popular. É uma ironia tão grande quanto o Corredor Vasari, caminho seleto criado para a família mais abastada do Renascimento cruzar o Arno enquanto admirava parte da coleção particular. Será reaberto ao público ainda este ano, informa a assessoria do museu.
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A Ponte Vecchio sobre o Rio Arno, um cartão-postal de Florença, na Toscana — Foto: Divulgação / Enit
Na piazzale está uma das réplicas do “Davi” de Michelangelo espalhadas por Florença. O original está na Galleria dell’Accademia e a visita, que custa € 12 (cerca de R$ 61), é indispensável.
É fácil cruzar a cidade a pé da Accademia até a Santa Croce (€ 9), o panteão onde estão as tumbas de Michelangelo, Maquiavel e Galileu. No caminho, pausa para conhecer o café mais simpático de Florença: Forno, na Via Ghibellina. É perto da Casa Buonarroti, que pertenceu a Michelangelo.