"Não há motivo para pânico, e a situação na fronteira ucraniana permanece sob controle", diz o blog do site, que convida o público a visitar "a majestosa Kiev, a agitada Kharkiv, a perfumada Lviv, a aconchegante Chernivtsi, a emocionante Odesa, a poderosa Zaporizhzhia, a incrível Kherson". O comunicado finaliza: "Portanto, sinta-se à vontade para planejar uma viagem à Ucrânia e toda a Ucrânia – o país é aberto e seguro para os turistas.”
Muitos internautas ficaram confusos, acreditando que a campanha era uma iniciativa do próprio governo — e não é para menos. Além da logomarca idêntica à do site oficial da Ucrânia e do endereço eletrônico parecido com o de páginas oficiais de diversos países no mundo, o site traz detalhes sobre todos os requisitos de entrada de viajantes e reproduz ainda o símbolo da Agência Estatal de Desenvolvimento de Turismo e dos ministérios de Infraestrutura e de Relações Exteriores do país.
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A isca foi mordida inclusive por veículos de comunicação on-line e perfis de personalidades em redes sociais, que interpretaram que a VisitUkraine.today era administrada por uma espécie de conselho de turismo local, a Organização Nacional de Turismo da Ucrânia (ONT), criada em 2016 como uma organização não governamental.
A ONT, no entanto, negou envolvimento com a campanha e ressaltou que não trabalha com a companhia de seguros e nem com a Agência Estatal do país, segundo o portal Skift. O veículo especializado em notícias de viagens entrou em contato também com VisitUkraine.Today e com a Agência Estatal, mas não obteve resposta.
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A Ucrânia atrai milhares de turistas todos os anos para as animadas e históricas cidades de Kiev e Odessa, além da sombria Chernobyl, onde houve o desastre nuclear que marcou o país.
As tensões no leste da Ucrânia vem aumentando nas últimas semanas e, apesar de Moscou afirmar que não planeja invadir o antigo estado soviético, mais de cem mil soldados russos chegaram a se reunir perto da fronteira no fim de janeiro.
Enquanto isso, governos de Reino Unido, Canadá e EUA, entre outros, alertam contra viagens não essenciais à Ucrânia, citando “aumento das ameaças de ação militar russa e COVID-19”.