O milagre brasileiro ainda não chegou. Quem esperava por ele nas eleições/2022, espere sentado, pois em pé, cansa.
O que estamos vendo na cena política atual é um candidato descondenado, eleito e ainda não empossado, tentando passar como um trator por cima do ainda Presidente Jair Messias Bolsonaro, a detonar horrores contra ele, num ódio sanguinário e numa arrogância “antes nunca vistos na historia deste País”. E o pior, açambarcando bilhões em nome do “bolsa família”, como se a pobreza fosse novidade. Os ricos continuam cada vez mais ricos, principalmente os políticos que detém a chave do cofre.
Cada vez mais, a corrupção toma conta da Nação, e o FAÇUELE continua de vento em popa, com os bobões da corte aguentando a arrogância do “trilegal”, gritando na cara dos ministros e dando a última palavra nas mudanças que ousa querer fazer, contra tudo e contra todos.
A situação política atual mais parece um fim de banquete de séculos passados. Cada um sai com os garfos nos bolsos. As mulheres escondem os pratos nas bolsas. Alguém pergunta: – “Onde está meu guarda-chuva?” Outro diz: -“Levaram meu chapéu!” Um sugere ao outro:- “Leva esse peito do peru, disfarçadamente, embaixo da casaca.” Outro ainda diz: – “Vou levar uns doces para os meninos, em casa”. Nesse tempo, o hábito da lagosta, da picanha e do caviar ainda não existia.
Isso, depois de um antigo banquete, daria para engolir. Mas num Congresso, com o dinheiro do povo, jamais!!!
Os asseclas de Nero estão doidos para incendiar a Nação!!!
Lembrei-me de uma música, “Lugar de Cobra é no Chão” (Chico Buarque), que diz:
” A sua risada nervosa contamina o ambiente
Deram asas à cobra e a cobra voou
E continua voando, espalhando seu veneno…”
É a cena atual do nosso País.
Mudando o rumo dessa prosa:
A música é o alimento da alma.
“Chão de Estrelas” (1956), de Orestes Barbosa, tem versos cheios de lirismo, que tocam a nossa alma.
“Tu pisavas nos astros distraída…”.
Esses versos, da composição “Chão de Estrelas”, da autoria de Orestes Barbosa, mereceram do poeta Manuel Bandeira, em 1956, esse comentário:
“Grande poeta da canção, esse Orestes! Se se fizesse aqui um concurso, como fizeram na França, para apurar qual o verso mais bonito de nossa língua, talvez eu votasse naquele de Orestes, que diz:
“Tu pisavas nos astros, distraída…”
CHÃO DE ESTRELAS
Minha vida era um palco iluminado
E eu vivia vestido de dourado
Palhaço das perdidas ilusões
Cheio dos guisos falsos da alegria
Andei cantando a minha fantasia
Entre as palmas febris dos corações
Meu barracão lá no morro do salgueiro
Tinha um cantar alegre de um viveiro
Foste a sonoridade que acabou
E hoje quando do Sol a claridade
Cobre meu barracão sinto
Saudade da mulher pomba-rola que voou
Nossas roupas comuns dependuradas
Nas cordas qual bandeiras agitadas
Pareciam um estranho festival
Festa dos nossos trapos coloridos
A mostrar que nos morros mal vestidos
É sempre feriado nacional
A porta do barraco era sem trinco
E a Lua furando nosso zinco
Salpicava de estrelas nosso chão
E tu, tu pisavas nos astros distraída
Sem saber que a ventura dessa vida
É a cabrocha, o luar e o violão
* * *
Orestes Barbosa, compositor, escritor e jornalista, nasceu no Rio de Janeiro/ RJ, em 7/5/1893 e faleceu em 15/8/1966.
Aprendeu a ler, nos jornais e letreiros de bonde, com Clodoaldo Pereira de Moraes, pai de Vinícius de Moraes. Nessa época começou a se interessar por violão e com dez anos já sabia tocar.
Durante a infância, a família viveu em dificuldades financeiras e somente aos doze anos entrou numa escola, o Liceu de Artes e Ofícios, onde aprendeu o ofício de revisor.
Em 1907 o menino, que já fazia alguns versos, conseguiu seu primeiro emprego como revisor no jornal O Século, dirigido por Rui Barbosa.