Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlito Lima - Histórias do Velho Capita terça, 27 de junho de 2023

TROCA DE DAMAS – Festa Junina (CONTO DE CARLITO LIMA, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

Gilberto é malandro desde criança, na juventude fez parelha com um primo, viviam os dois matando aulas, pensando sempre em tirar vantagem e vadiando com mulheres. Seu primo tornou-se profissional da malandragem, hoje é deputado, Gilberto seu dileto assessor para assuntos aleatórios. Trabalho maneiro comparece duas vezes por semana à Assembleia, lê revistas, jornais, as funcionáripaquera as e às vezes resolve algum problema do primo.

 

 

 

No início do mês Gilberto estava navegando pela Internet encontrou o convite de uma festa junina: “TROCA DE DAMAS”, inspirado na dança de quadrilha no passo, “trocar de damas”, quando os cavalheiros que estão defrontes, trocam de damas, depois elas retornam. Acontece que a festa anunciada na Internet, era literalmente para trocar de mulheres, o famoso swing. Ao ler o convite, aguçou a fantasia de Gilberto. Passou a tarde meditando, pensando, sonhando como comparecer essa festa no Recife. A entrada da festa estava difícil, a organização exigia certidão de casamento, três fotos do casal, e pagar o convite de R$ 1.000,00. Gilberto é bom marido, bem casado, jamais pensaria trocar Tereza, sua coroa, amor de sua vida.

De repente apareceu na sala a gostosa Dejanira, assessora de outro deputado. Se dispensassem do serviço os funcionários da Assembleia que já comeram a Dejanira, não ficava um homem.

Gilberto não perdeu tempo, conversou com sua amiga. Mostrou o anúncio da festa TROCA DE DAMAS, expôs o plano: falsificar a certidão de casamento. No outro dia, Dejanira e Gilberto com uma hora na sala de xérox saíram com uma perfeita cópia de certidão de casamento de Gilberto Pereira e Dejanira Silva Costa. No mesmo dia remeteram os documentos exigidos digitalizados para a organização da festa.

No início da semana Gilberto recebeu no zap a aprovação do casal, e enviaram por e-mail fotografais dos casais aprovados que confirmaram a presença. Gilberto quando olhou a foto de uma galega paranaense ficou louco.

Gilberto avisou em casa que viajaria para o Recife revolver problemas do deputado e no dia da festa, quinta-feira, dia 16, juntamente dom Dejanira tomou a estrada para o Recife, ficaram hospedados no Mar Hotel, como dois irmãozinhos aguardando a festa que iniciava às vinte horas daquela noite, ele tinha o mapa do local, uma casa discreta no bairro do Espinheiro.

Exatamente às vinte horas o casal alagoano entrou na casa mostrando na portaria, identidade. Foi conferido, o casal estava na lista, uma recepcionista bonita os levou para o quintal onde havia mesas e cadeiras espalhadas em baixo de toldos armados e um palco, onde um bom conjunto tocava músicas juninas para ouvir e dançar. O ambiente estava decorado com bandeirinhas e balões. Gilberto procurou com o olhar e reconheceu o casal do Paraná, deu-lhe uma sensação de felicidade, a mulher do cara era mais empolgante ao vivo, loura dos olhos azuis, sorriso perfeito, dentes brancos, exalando sensualidade. Como não conhecia as regras, Gilberto e Dejanira aproximaram-se do casal perguntando se os aceitavam na mesa. Os quatros conversaram amenidades. Dejanira saiu-se muito bem, com os detalhes de sua suposta família, combinados e inventados por Gilberto. Ela também estava entusiasmada, o cara do Paraná era bonito, louro, atlético.

Pediram uísque, cerveja e excelente tira-gosto. Dançaram forró com pares trocados, Cláudia, a paranaense, adorando o forró contou que vieram de Curitiba quase direto para festa, a mala estava guardada na casa. Quando deu meia noite, Otávio, o marido, que adorou Dejanira, sugeriu ficar no mesmo hotel e rumaram para o Mar Motel. Depois de ser atendido na portaria e com a chave na mão, Cláudia, tirou discretamente um lingerie da mala. De mãos dadas com Gilberto subiram ao apartamento. O outro casal também estava no clima da troca, Dejanira é uma sábia no amor.

Gilberto educadamente esperou Cláudia tomar banho. Ela saiu do banheiro vestida num maravilhoso lingerie. Gilberto também tomou banho, saiu de pijaminha e deparou-se com uma cena deslumbrante: sua parceira deitada na cama lia uma revista, suas pernas balançavam langorosamente por cima da magnífica bunda levemente coberta por uma calcinha de renda preta. Gilberto deitou-se a seu lado, começou com um beijo na boca, e o resto é silêncio, como diria Shakespeare.

Teve que repetir mais duas vezes durante a noite, com intervalos para bons papos, doses de uísques e ajuda do Viagra. A paranaense era uma tarada, tinha furor-uterino. Com a boca era inigualável. Ao acordarem cumpriram novamente o ritual. No café da manhã encontraram Dejanira e Otávio, felizes da vida.

Eles retornariam a Curitiba uma semana depois, Gilberto quis ficar alguns dias com eles. O casal não concordou, Otávio, com um sorriso simpático esclareceu que eles fazem troca de casais, uma vez por mês e nunca com o mesmo casal, havia gostado dos dois, mas jamais repetiriam a noitada. O jeito foi Gilberto retornar a Maceió. Está gabola, contando vantagem, diz que foi um dos poucos a brincar numa festa junina nesse ano de 2021.


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros