TRIO PARADA DURA
Raimundo Floriano
Mangabinha (Corinto, MG, 15.3.1942 – Belo Horizonte, 23.4.2015)
Mangabinha encantou-se! Partiu no dia 23 de abril passado! Com ele, desaparece um dos últimos artistas que faziam música brega muito de meu agrado!
Carlos Alberto Mangabinha Ribeiro, o Mangabinha, foi um acordeonista, compositor e Fundador, em 1973, do grupo musical Trio Parada Dura.
Sua trajetória musical começou em sua infância, aprendendo a tocar a sanfona de oito baixos, que pegava escondido de seu pai, seguindo a tradição familiar, daí alcançando sua realização profissional, através do estilo sertanejo, consagrando-se no Trio Parada Dura tanto como instrumentista como compositor.
Sua carreira artística começou já em 1950, quando passou a se apresentar em festas e forrós, usando uma sanfona de 8 baixos. Em 1970, mudou-se para Belo Horizonte. Na capital mineira formou um trio juntamente com Gino e Geno com os quais lançou um LP. Em 1973, mudou-se para São Paulo onde atuou na Rádio 9 de Julho. Nessa ocasião, atuou com Delmir e Delmon na Primeira Formação do Trio Parada Dura.
Em sua carreira solo, Mangabinha gravou 21 elepês instrumentais como acordeonista nas gravadoras Chororó, Copacabana e Chantecler. Seus maiores sucessos como compositor foram Furando o Couro, Nova República, Forró Número 2, Chão Mato-grossense, Balaio de Gato e Com Amor e Com Carinho.
Em 1991, o Trio Parada Dura gravou de sua autoria as composições Trovão Azul, com Rossi e Alcino Alves, Não Aceito Seu Adeus, com Ronaldo Adriano, Por Te Querer, com Rossi e Alcino Alves, Vestido Branco, com Ronaldo Adriano e Benedito Seviero, Bebendo e Chorando, com Ronaldo Adriano, Adeus, Palavra Cruel, com Alcino Alves e Rosa Quadros, Tentei Viver Sem Você, com Alcino Alves e Parrerito, Me Guardando Pra Você, com Alcino Alves, Coração Só Quer Você, com Alcino Alves e Rossi e Filho do Sertão, com Ronaldo Adriano.
Em 1999, a gravadora EMI lançou, na Série Raízes Sertanejas, o CD Mangabinha, com 20 de seus sucessos:
Após a dissolução do Trio Parada dura, Mangabinha passou a gerenciar uma Casa de Festa com seu nome, mas não abandonou o acordeon e continuou tocando, sempre se valendo dos sucessos conquistados pelo conjunto.
Morreu na manhã 23 de abril, uma de quinta-feira, Mangabinha faleceu em Belo Horizonte, vítima de infarto em decorrência da diabetes.
O Trio Parada Dura teve quatro formações. A Primeira já vimos acima. A Segunda contou com Segunda Formação (Creone, Barrerito e Mangabinha):
A terceira formação veio com Creone, Parrerito e Mangabinha:
A Quarta formação, que gravou até 2013, compunha-se de Leone, Leonito e Mangabinha:
A seguir, uma pequena amostra do trabalho desse inesquecível conjunto brega. Pode não ser da curtição de todos, mas representam o que mais gosto de ouvir, quando quero relembrá-lo:
Telefone Mudo, guarânia de Franco e Peão Carrero;
Bicho Bom É Mulher, batidão de Vicente Dias, Luiz de Lara e Barrerito;
As Andorinhas, toada de Alcino Alves, Rossi e Rosa Quadros;
Arapuca, batidão de Solevante e Itamaracá; e
Folia de Reis, toada tradicional, adaptação de Mangabinha.