O Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) montou uma comissão para analisar a diminuição dos limites de velocidade em vias distritais do Distrito Federal. No Recanto das Emas, próximo ao novo viaduto, a velocidade máxima passará para 60km por hora, devido ao grande fluxo diário de veículos e de pedestres entre o Riacho Fundo e a cidade. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27/4) pelo presidente do DER-DF, Fauzi Nacfur Júnior, em entrevista à jornalista Adriana Bernardes, no CB.Poder — parceria do Correio com a TV Brasília. Ele não antecipou, no entanto, quais as outras regiões onde a medida será adotada.
A gente acredita que é mais um reconhecimento do trabalho que o DER-DF vem executando nas últimas gestões e nos últimos anos. Isso tem tido uma repercussão nacional, das obras que vêm sendo feitas aqui. E fez com que a gente encabeçasse essa chapa. Fui eleito na quarta-feira e tomamos posse daqui a um mês. A gente entende que é muito importante por conta da nossa proximidade com o poder federal. Se você vai tratar de assuntos a nível nacional e você está aqui, no centro do poder, isso abre portas. Então, queremos dar continuidade ao trabalho que o engenheiro Gilmar vinha fazendo, com um grupo de trabalho. A associação vem para unificar os DERs do país. E hoje o maior desafio é manter o trabalho que o engenheiro Riumar dos Santos vinha fazendo. Ele abriu as portas para que a iniciativa privada fizesse parte da associação e isso somou muito. Foram feitos vários workshops com o que eles têm de melhor no mercado rodoviário. E temos que estar acompanhando para fazer o nosso país crescer. Se você tem estradas boas, você tem economia girando, você tem produção escoando e você tem um país crescendo.
Encaramos com nosso anel rodoviário. É uma luta antiga, mas que vamos conseguir terminar um dia e colocar em prática. O DF hoje é cortado por rodovias federais — temos a BR 040, BR 020, a BR 070, passa um trânsito pesado dentro do DF. Existe o projeto já, ele vai contornar todo o quadradinho do DF e vai fazer com que os motoristas não passem nas pistas urbanas. O projeto tem 200km com partes pavimentadas e outras não pavimentadas, outras que precisam ser duplicadas e outras que ainda nem saíram do papel. Estamos trabalhando por etapas. Esse anel viário sozinho não resolve o problema, mas existe um fluxo pesado que é da própria cidade. Por exemplo, a BR 020, que vem um pessoal de Planaltina para o Plano Piloto, inclusive tem um maior número de atropelamentos, porque é uma rodovia de alta velocidade. Tudo isso está cercado de mobilidade sustentável, que é estar tirando veículos das vias para diminuir esse fluxo viário. E, para isso, você precisa ter transporte coletivo de qualidade, ciclovias, tem que ter todos os modais preparados para você estar tirando esse motorista do carro dele e isso é muito difícil, leva anos para fazer, porque o transporte de Brasília é individual. Enquanto não tiver um transporte de qualidade e com muita variedade, você não tira essa pessoa do carro. E Brasília ainda tem aquilo, todo dia de manhã o pessoal do entorno sai de casa e vem trabalhar no centro e, no final da tarde, sai do centro e volta. Isso prejudica, porque não tem sistema que aguente.
Há 15 anos, foi feito o PDTU, que é o plano de transporte urbano, justamente dando essa diretriz, para se tratar isso como plano de estado e não político, vindo de um governo, porque a gente sabe que isso atrapalha muito, porque acaba indo da cabeça de cada um. Então, esse plano diretor existe, e digo que já foi pensado e executado, porque senão a gente não teria metrô aqui. O governador Roriz, lá atrás, quando falou sobre metrô, foi chamado de louco. Você imagina hoje se não tivesse metrô. Concordo que o ritmo é lento e que poderíamos estar em uma situação muito melhor de transporte. Mas acredito que tendo de dividir isso com uma saúde precária, com uma educação que também é precária, o transporte vai ficando para trás. Mas nós não estamos parados e nem esquecidos. Os Brts, hoje... No plano diretor existe todo o traçado planejado. O DER tem o projeto do BRT norte, da região de Planaltina pronto, que vai custar R$ 1,2 bilhão. E tem o BRT eixo Sudoeste, que vai sair do centro e ir até o Recanto das Emas, que vai custar R$ 700 milhões. Então, são situações que já existem projetos, ou seja, responde a sua pergunta. E estão sendo pensados, sim, mas o sistema é lento, porque é caro. Brasília é uma cidade que tem 63 anos e é relativamente nova.
Sobre o projeto do BRT na parte norte da cidade, quando contaremos com ele?
O projeto está pronto, o projeto executivo completo custa R$ 1,2 bilhão em sua totalidade e ele está na fase de captação de recursos. A gente, inclusive, está optando para ver, se conseguir recursos menores para fazer parte dele, porque, de pouco em pouco, você chega no total, pelo valor grande que é. A gente inclusive tem sacado dele alguns pontos específicos, que é o acesso a Sobradinho, o acesso a Planaltina, para poder ir fazendo os pedaços e, no final, estar pronto, mas o projeto dele está concluído.
O DER está com uma comissão, um grupo de estudo montado fazendo justamente essa verificação, por meio de estudos que vão mostrar isso. E vou dar um exemplo. Na região do Recanto das Emas, hoje, onde a gente está inaugurado viaduto nas proximidades, por ser uma área de característica totalmente urbana, com passagem do Recanto para o Riacho o tempo todo. Ali, está quase consolidado, está baixando a velocidade para 60km por hora. Vai ser avisado, anunciado e, depois, mostrado porque chegamos nessa conclusão.