Ângela Maria – a cantante Rainha do Rádio
“A luz do cabaré já se apagou, em mim
O tango na vitrola, também chegou ao fim
Parece me dizer
Que a noite envelheceu
Que é hora de lembrar
E de chorar . . . . .”
Sei que o especialista desta área é o “Mestre” Peninha. E que ninguém se atreva a dizer que não. Mas, hoje peço permissão ao mestre, apenas para externar um momento de tristeza, na tentativa de tentar diminuí-la. Será em vão, sei disso.
No começo da década de 60 eu era ainda um jovem e entusiasmado namorador. Vivia me apaixonando por qualquer “rabo de saia” (dizer da minha falecida Avó) e até evitava me aproximar do cheiro do bacalhau. Me vigiei e me cuidei para não virar maníaco.
Sempre gostei de voltar ao lugar onde me tratam bem. Onde me sinto relaxado e à vontade. Em Fortaleza, naqueles tempos que o vento já levou, existiam dois lugares do meu preferido convívio.
Nas sextas-feiras à noite, o Bar Caravelle, ainda hoje localizado na Avenida Luciano Carneiro. Um bom vinho tinto, e a moldura do som maravilhoso de um piano que cismava em continuar tocando o “jazz” que dominava aquele tempo. Fosse “jazz”, estava bom. Aquele som nostálgico e ao mesmo tempo alegre, entrava pelos poros como anestesia. Na verdade, a anestesia era o vinho – o som era um acalanto.
Aos sábados, a partir do meio dia, o Clube do Advogado, naquele tempo instalado na Rua Guilherme Rocha. Ali, além da excelente feijoada, o show proporcionado pela cantora cearense Aíla Maria, que, antes de atender qualquer pedido de clientes, cantava algumas músicas interpretadas por Ângela Maria, a Rainha do Rádio.
“Angela Maria, nome artístico de Abelim Maria da Cunha nasceu em Conceição de Macabu, Rio de Janeiro, a 13 de maio de 1929, e faleceu em São Paulo, São Paulo, a 29 de setembro de 2018. Foi uma cantora e atriz brasileira, expoente da Era do Rádio e considerada dona de uma das melhores vozes da MPB.
Intérprete de canções como Babalu (Margarita Lecuona), Gente Humilde (Garoto/Chico Buarque/Vinicius de Moraes), Cinderela (Adelino Moreira) e Orgulho (Waldir Rocha/Nelson Wederkind), serviu como fonte de inspiração para artistas como Elis Regina, Djavan, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, Cesária Évora e Gal Costa, além de ter sido, comprovadamente pelo Ibope, por um longo período, a cantora mais popular do Brasil e conquistado a admiração de personalidades como Édith Piaf, Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Amália Rodrigues e Louis Armstrong.” (Transcrito do Wikipédia)
Por que pessoas morrem?
Ou, por que morrem tantas pessoas?
Quantos seríamos, os humanos, se ninguém tivesse morrido nos últimos 300 anos?
Pois é. No fim de semana morreram Ângela Maria e Charles Aznavour. Mas a gente sabe que não morreram apenas eles. Eles morreram. Outros foram mortos.
Charles Aznavour desfalca a boa música francesa
“La bohème, la bohème
Ça voulait dire on est heureux
La bohème, la bohème
Nous ne mangions qu’un jour sur deux”
“Charles Aznavour nasceu em Paris, a 22 de maio de 1924, e faleceu em Mouriès, a 1 de outubro de 2018. Foi um cantor francês de origem armênia, também letrista e ator. Além de ser um dos mais populares e longevos cantores da França, ele foi também um dos cantores franceses mais conhecidos no exterior. Atuou em mais de 60 filmes, compôs cerca de 850 canções (incluindo 150 em inglês, 100 em italiano, 70 em espanhol e 50 em alemão). Charles Aznavour vendeu quase 200 milhões de discos em todo o mundo. O cantor começou sua turnê global de despedida no fim de 2006. Após reconhecer sua nacionalidade armênia em dezembro de 2008, Aznavour aceita em 12 de fevereiro de 2009 ser nomeado embaixador da Armênia na Suíça.” (Transcrito do Wikipédia)