Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão quinta, 14 de março de 2019

TRAGÉDIA EM SUZANO

 

Um dos atiradores de Suzano matou comparsa e depois cometeu suicídio

Imagens de câmera de segurança mostram que o adolescente G.T.M. estava com a arma de fogo a todo tempo

Redação, O Estado de S.Paulo

13 de março de 2019 | 20h26 
Atualizado 13 de março de 2019 | 22h39

  
G.T.M. e Luiz Henrique de Castro - Massacre em escola de Suzano
 
G.T.M. (à esquerda) tinha 17 anos; e Luiz Henrique de Castro (à direita), 25 Foto: Reprodução

SUZANO - A Polícia Militar informou ao Estado na noite desta quarta-feira, 13, que chegou a conclusão de que um dos atiradores da Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, na Grande São Paulo, matou o comparsa e depois se matou. A corporação, no entanto, não detalhou quem teria atirado contra quem. 

Imagens de câmera de segurança mostram que o adolescente G.T.M., de 17 anos, estava com a arma de fogo a todo tempo e é mais provável que ele tenha atacado o amigo Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, e depois se matado. Os dois foram encontrados mortos após serem cercados por policiais no interior da escola. Cinco alunos e duas funcionárias foram mortos no atentado.

Entenda o crime na escola de Suzano

 

Eram 9h42 quando o jovem G.T.M., de 17 anos, entrou armado com um revólver calibre 38 na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, onde havia estudado até o ano passado, e abriu fogo contra um grupo de alunos e funcionários que estava na recepção. Três pessoas caíram no chão e ele seguiu para o interior da escola. Cerca de 30 segundos depois, seu amigo Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, também ex-aluno, entrou munido com uma bésta, um arco e flecha e uma machadinha. Ele golpeou as pessoas já caídas e se atracou com estudantes que fugiram correndo do interior da escola. O massacre resultou em duas funcionárias e cinco alunos mortos. Antes, a dupla havia matado um parente em uma loja fora da escola. Os dois atiradores também morreram.Toda a operação durou cerca de 15 minutos.

As investigações apuram que os jovens faziam parte de um grupo que joga em rede o game Call of Duty, de guerra, e neste fórum teriam planejado o crime. Os investigadores suspeitam que pode ter ligação com o massacre. Vizinhos e conhecidos da dupla relatam que de fato os dois gastavam uma boa parte do tempo em uma lan house jogando games com teor violento. A polícia ainda não sabe como ou onde as armas foram compradas. 

Na manhã desta quarta, os dois foram até a loja de carros seminovos de um tio de G.T.M., Jorge Antônio Moraes, localizada a cerca de 450 metros da escola.

De acordo com testemunhas, por volta de 9h15, G.T.M. entrou sozinho no local, onde também funciona um estacionamento e um lava-rápido e disparou três vezes. Ele acertou o celular que Moraes segurava na mão - e o levantou na tentativa de se proteger -, a clavícula e as costas da vítima. Depois, saiu e embarcou no carro que o esperava. Moraes morreu algumas horas depois no hospital.

O gerente Rodrigo Cardi, de 34 anos, trabalhou com Moraes nos últimos 15 anos e disse nunca ter visto G.T.M. no local. “Parece que o Jorge tentou dar uns conselhos depois que o sobrinho foi mal na escola, mas ele não gostou. No momento do ataque, nada foi falado nem houve chance de defesa”, disse.

A polícia foi acionada para procurar um Ônix branco, encontrado um tempo depois na frente dessa escola, já com a chamado do tiroteio em curso.  

Portão da escola estava aberto

O fato de os dois serem ex-alunos da instituição pode ter facilitado a entrada pelo portão da frente, que estava aberto. Imagens de uma câmera de segurança mostram que G.T.M., que abandonou os estudos em 2018, entrou na escola pegou a arma que estava na cintura e disparou contra um grupo. Uma das primeiras pessoas atingidas foi a coordenadora Marilena Ferreira Vieira Umezo, de 59 anos. Ela foi baleada com outros alunos e atingida, após já estar no chão, por machadadas.

No início, a dupla não usava máscaras, mas depois cobriu os rostos - um deles com uma máscara de caveira -, e passou a realizar os outros disparos que vitimaram, no total, sete pessoas na escola. Uma aluna chegou a lutar com Luiz e conseguiu fugir, ao mesmo tempo que uma dezena de alunos passava correndo. Ele tentou atingi-los e um dos rapazes agredidos saiu com a ferramenta presa no corpo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um sargento e dois cabos da Força Tática entraram na escola quando a dupla tentava invadir uma sala de aula que estava trancada com dezenas de alunos em seu interior. Os policiais estavam com escudos, e os adolescentes se afastaram. Depois, o sargento relatou ter ouvido dois disparos e ter encontrado os corpos no interior da escola. 

“Hoje é um dos dias mais tristes da minha vida. O fato entristece Suzano, os paulistas e os brasileiros”, disse o general João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança. 

'Heróis' salvaram crianças da tragédia em Suzano

A tragédia poderia ter um número de vítimas se não fossem os esforços de alguns funcionários da escola. O coronel Marcelo Salles, comandante da PM, destacou a atuação de uma professora que estava no centro de idiomas. “(Os atiradores) se dirigiram ao local. Os alunos de lá se fecharam na sala junto com a professora.”

Uma das figuras mais lembradas é a de uma das merendeiras, que se trancou no refeitório com cerca de 60 alunos e chegou a colocar uma geladeira para impedir a entrada dos atiradores. “Senão, a desgraça seria maior”, conta o celeiro Wendel, pai de Maria Eduarda, de 15 anos, uma das alunas salvas pela funcionária. “A minha filha ligou desesperada de dentro do refeitório. Como moro a uma rua da escola, cheguei rápido. Vi uma cena que não queria ter visto na minha vida, muito menos que a minha filha tivesse visto uma coisa dessas”, diz.

A estudante Kelly Milene Guerra, de 16 anos, contou que escutou vários tiros, mas não ouviu os atiradores falarem nada durante o ataque. “Ficamos dentro da cantina até a polícia chegar, mas não sabíamos o que estava acontecendo e de quem se tratava, então o medo continuou. Eles abriram a porta e mandaram a gente correr o mais rápido possível. Vi uns corpos no caminho”, disse. 

“A gente ficou ligando para a polícia, só tinha a visão da janela. Via as pessoas correndo, ouvindo os tiros e os gritos. A gente correu para onde dava, alguns para o centro bilíngue, outros, banheiro, para as salas que estavam perto, todo mundo tentando se proteger”, diz a aluna do segundo ano Quéren Cardoso, de 16 anos. “No primeiro tiro, a gente olhou o que estava acontecendo. No segundo, todo mundo saiu gritando ‘é tiro’. Todo mundo largou os pratos, o celular”, conta ela. / ANA PAULA NIEDERAUER, ISABELA PALHARES, JULIANA DIÓGENES, MARCELO GODOY, MARCO ANTONIO CARVALHO, PAULA FELIX e PRISCILA MENGUE


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