Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo terça, 22 de fevereiro de 2022

TRADIÇÃO CARIOCA: RELEMBRANDO A FARRA NOS BONDES DO RIO DURANTE O CARNAVAL, DESDE OS ANOS 1930

Relembramos a farra nos bondes do Rio durante o carnaval, desde os anos 1930

 

Foliões viajam de bonde no Rio em 1951

 

Os veículos elétricos sobre trilhos que tanto se misturavam à paisagem carioca eram palco de muita farra no carnaval do Rio Antigo. A partir dos anos 1930, hordas de foliões podiam ser vistas lotando os bondes pra transitar pela cidade, de cortejo em cortejo e de bar em bar. Apinhado de gente de pé nos estribos, o pitoresco trenzinho era chamado nas ruas de "bonde alegria" durante esse período.

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Nos anos 1960, entretanto, quase todos esses veículos foram tirados de circulação no Rio, depois que o meio de transporte entrou em decadência por falta de investimentos . O município, que chegou a ser a cidade do mundo com o maior número de bondes abertos, viu sua malha viária diminuir drasticamente. Em 1963, circulou o último carro sobre trilhos na Zona Sul. No ano seguinte, foram eliminadas também as linhas que percorriam o Centro e a Zona Norte. Só ficaram os bondes que ligavam Santa Teresa ao Largo do Machado.

 

Bonde alegórico criado por foliões de São Cristovão em 1972

 

 

Mas ficou a saudade. No carnaval de 1972, há 50 anos, moradores de São Cristóvão decidiram recriar o bonde 36, linha que ligava o Largo da Cancela à Lapa e era chamado, na vizinhança, de Bonde Cancela. A turma descolou uma plataforma com pneus e um motor a diesel tirado de um trator. A geringonça, então, recebeu uma carroceria com o visual de um lindo bonde.

Em 1919: A euforia do carnaval no Rio após a gripe espanhola

Pilotados por um condutor de fartos bigodes e devidamente uniformizado, os foliões percorriam o bairro na Zona Norte cantando marchinhas como aquela que diz: "Não pago o bonde, iaiá/ Não pago o bonde, ioiô/ Não pago o bonde/ Que eu conheço o condutor". De acordo com a edição do GLOBO de 11 de fevereiro de 1972, havia entre os brincalhões muitos que não tinham idade para se lembrar de quando os vículos flutuavam sobre trilhos que costuravam a cidade.

 

Bonde de Santa Teresa decorado para o carnaval em 1985

 

 

Nos anos 1980, a Prefeitura do Rio promoveu um "retorno" dos bondes no carnaval, valendo-se da única linha que restava e resta até hoje (Santa Teresa - Largo da Carioca). Em 1985, por exemplo, dois veículos foram decorados a pedido do executivo municipal. Um deles, onde viajava o então prefeito, Marcello Alencar, ganhou dois fartos seios cobertos por uma lingerie preta na parte da frente e, logo, foi apelidado de "Fafá de Belém". Por onde passavam os trenzinhos, era uma festa com chuvas de confete e serpentina.

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Já no início do século XXI, foi a vez de o Bloco do Céu na Terra resgatar a memória dos bondes. Sempre no último sábado do pré-carnaval, a banda chegava a bordo de um veículo coberto de fitas coloridas, flores, máscaras e outros enfeites. Eles encontravam os foliões no Largo do Curvelo e, dali, o bonde ia flutuando vagaroso pelas ladeiras do bairro até o Largo das Neves, o tempo todo rodeado de gente fantasiada brincando e cantando marchinhas, com os sobrados antigos da área servindo de pano de fundo. Uma delícia.

 

Cortejo do Bloco do Céu na Terra a bordo do bonde de Santa Teresa, em 2008

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