Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 22 de março de 2019

TORRE PALACE: HOTEL VOLTA A ABRIGAR INVASORES

 


Hotel volta a abrigar invasores
 
Usuários de drogas e pessoas em situação de rua erguem barracos em torno do esqueleto do Torre Palace, que já foi tomado por usuários de crack e integrantes de movimento de luta por moradia. Polícia Militar garante fazer rondas na região

 

» Patricia Nadir
Especial para o Correio

Publicação: 22/03/2019 04:00

Taxistas que trabalham próximo ao Torre Palace Hotel temem a nova ocupação ilegal do esqueleto  (Ed Alves/CB/D.A Press)  

Taxistas que trabalham próximo ao Torre Palace Hotel temem a nova ocupação ilegal do esqueleto

 

 
O abandonado Torre Palace Hotel volta a atormentar o Setor Hoteleiro Norte. Dois anos e meio após a cinematográfica operação policial para retirada de invasores, o edifício voltou a ser ocupado irregularmente. Um dos sinais está no varal de roupas estendido em sua fachada. Usuários de drogas e pessoas em situação de rua se abrigam sob a marquise. Lonas esticadas ao redor servem como moradia, com fogões e banheiros improvisados.

Inativo desde 2013, por causa de uma batalha judicial envolvendo os herdeiros, o Torre Palace logo se tornou abrigo de usuários de drogas, principalmente o crack. Eles arrancaram quase todas as portas e janelas, além de peças dos banheiros do edifício. Muitos andares perderam até parte das paredes. Em 2015, integrantes do Movimento Resistência Popular Brasil (MRP) tomaram o esqueleto transformando antigos quartos em moradia.

A presença das famílias não espantou os dependentes químicos nem criminosos. Investigação policial mostrou que o prédio também se transformou em depósito de produtos roubados e todo tipo de droga. Se do lado de dentro havia harmonia, ao redor da edificação as brigas, furtos e roubos envolvendo ocupantes do Torre Palace se tornaram comuns, tendo como vítimas trabalhadores e hóspedes dos hotéis vizinhos. O Estado interveio em junho de 2016, com uma operação de remoção que custou R$ 309 mil e seria ressarcida pelos donos do prédio. O GDF não informou se o pagamento foi feito.

Lonas, móveis velhos e varal com roupas indicam a presença de moradores no entorno do prédio abandonado (Ed Alves/CB/D.A Press)  

Lonas, móveis velhos e varal com roupas indicam a presença de moradores no entorno do prédio abandonado

 



Medo
 
Após a remoção dos invasores, funcionários do GDF taparam os acessos do Torre Palace com tijolos e argamassa. O Correio não avistou ninguém dentro do edifício, mas o seu entorno está movimentado. Com ele, voltou o medo de quem trabalha e frequenta a região.  “Lembro que, em menos de um ano, a ocupação se transformou em um enorme problema para toda a região, afetando os negócios de outros hotéis, afastando clientes, assustados com o aumento da criminalidade. Não quero nem imaginar se isso voltar a acontecer”, comentou o taxista José Almeida, 65 anos, que trabalha nas proximidades há mais de 40 anos.

Recepcionista de um hotel vizinho, Fábio Mendes, 32, endossa a opinião de José e conta que os turistas estão assustados com o cenário. “A deterioração do prédio aumenta a ocorrência de crimes e serve como chamariz para desordeiros. Isso prejudica empresários, coloca em risco os visitantes das proximidades e pedestres”, opina o morador do Guará.

Em Brasília a trabalho, o geógrafo Enéias Porto, 29, está hospedado há uma semana em um hotel na frente do Torre Palace. Ele não se arrisca a ir além da marquise da sua hospedaria por medo da violência. “Só a degradação do prédio já me deixa com um pé atrás. Antes de descer do meu quarto, peço um carro por meio de aplicativo”, diz o homem, morador de Barreiras (BA).

“Todo dia amanhece carro com vidro quebrado por aqui. É comum o relato de furtos e roubos”, comenta a vendedora de açaí Rosângela Santos, 45. “Há umas três semanas um casal ficou me cercando. Fiquei com medo e acabei mudando meu carrinho de esquina”, completa a trabalhadora.

Prejuízos
 
Presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar), Jael Antônio da Silva diz que a invasão reflete drasticamente no turismo. “É o governo que tem que entrar com uma ação de retenção e repressão de uma espaço de convivência, não só deste hotel que está sendo invadido, mas de outros hotéis da região. A situação é preocupante”, cobra.

A Secretaria de Segurança Pública informou, por meio de nota, que, apesar de haver circulação de moradores de rua nas imediações do Torre Palace, o local não está ocupado. “A Polícia Militar realiza policiamento constante na região, com reforço de patrulhamento na Quadra 4, onde fica o hotel abandonado”, frisa o texto. De acordo com a pasta, quanto aos moradores de rua, eles só podem ser retirados do local em caso de cometimento de crimes. Portanto, se trata mais de uma questão social do que policial.


Memória

Prédio condenado pela Defesa Civil


O Torre Palace foi fundado pelo empresário libanês Jibran ElHadj e inaugurado em 1973. Funcionou por 40 anos em um dos pontos mais valorizados da cidade. 

Com a morte do patriarca, em 2000, o imóvel passou à gestão dos sete herdeiros, que teriam entrado em desacordo sobre a gestão do empreendimento. 

O prédio vale entre R$ 40 milhões e R$ 45 milhões, de acordo com corretores de imóveis. 

No início de 2014, a empresa Brookfield Incorporações iniciou negociações com os herdeiros de Jibran para comprar o espaço e erguer um novo prédio, mas a venda foi interrompida.

Em meio a uma série de invasões, o hotel foi condenado pela Defesa Civil, que apontou falhas graves na estrutura. 
 
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