A história revelada ao mundo nem sempre corresponde aos eventos realmente acontecidos. Prevalece, sempre, a visão do vencedor em detrimento da versão dos que perderam. Conta-se (fato omitido por Borges Hermida e outros historiadores didáticos brasileiros) que durante a primeira missa, um índio, incomodado com o olhar insistente e lascivo de um padre – ajudante do bispo Sardinha, dirigido à sua Índia, bela e despida, matou-o com golpes de crueldade excessiva. Depois, procurou o sacristão para confessar seu hediondo crime mas terminou com ele trocando seu belo cocar de penas coloridas por uma garrafa de licor de jenipapo, sorvido de um único gole. Dizem as más línguas que desse episódio resultou a simpatia de nossos habitantes primitivos pela bebida alcóolica produzida pela fermentação de açúcares contidos em frutas, grãos ou caules como, no nosso caso, a cana-de-açúcar. Em função da descoberta então surgida saíram a plantar cana-de-açúcar em todo pedaço de chão, contribuindo, dessa maneira, para a expansão econômica de nosso País. À parte o procedimento condenável do índio ciumento, louve-se a visão empresarial de seu povo e o empreendedorismo daquela coletividade indígena ao perceber o potencial econômico que a cachaça agregaria ao nosso território. Sem esquecer a alegria e felicidade que ela proporciona a quem dela se utiliza para tornar a vida mais amena e feliz. Fala-se, até, que o Bispo Sardinha, em suas celebrações, entornava um cálice repleto daquele licor de jenipapo, generosamente dosado com nosso etanol, extraído da mais qualificada cana de açúcar local, ao invés do bom e tradicional vinho português. Desde aquela época, já não se discutia questão de gosto. Principalmente de um Bispo, líder religioso daquela gente de um Brasil antigo.
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