Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 02 de março de 2020

TODO APOIO À FRUTICULTURA

 

Todo apoio à fruticultura
 
Com uma produção diversificada e grande mercado consumidor, Brasília pode se tornar um polo produtor do setor

 

JULIANA ANDRADE

Publicação: 02/03/2020 04:00

Reinaldo Romeiro tem o cultivo de uva como principal fonte de renda da família (Ed Alves/CB/D.A Press)  

Reinaldo Romeiro tem o cultivo de uva como principal fonte de renda da família

 

Goiaba, uva, maracujá, limão. É difícil relacionar todas as frutas produzidas no Distrito Federal. Em uma região dominada pela produção de grãos e em que o mercado consumidor de fruta gera muita demanda, a fruticultura tem ganhado destaque. Para especialistas, a unidade da Federação tem grande potencial para se tornar um polo produtor do setor. Em busca de fomentar o cultivo, o projeto Rota de Fruticultura, desenvolvido pelo Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e parceiros, como a Superintendência Federal de Agricultura, está prestes a ser implantado.

Segundo a pesquisa Vigitel, de 2018, do Ministério da Saúde, 38,8% dos adultos brasilienses consomem fruta regularmente e 27,5% consomem o alimento mais de cinco vezes na semana. Pensando nesse mercado, o agricultor Reinaldo Romeiro, 67 anos, apostou na produção de uva em Brazlândia. “Senti que tinha muita demanda e pouca gente produzindo. Quando eu plantei, em 2014, só havia um produtor de uva em Planaltina. Então, comecei a pesquisar”, conta. Para começar a plantação da fruta, Reinaldo buscou ajuda em Goiás, mas só teve resultados com a orientação de um especialista de São Paulo. “Encontrei um profissional da Embrapa. Ele veio para Brasília me dar assistência e até hoje me ajuda”, relata.

Além do especialista, Reinaldo passou a contar com  o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-DF). A plantação não só deu certo, como hoje é a principal fonte de renda do agricultor. “Quando colhi as primeiras uvas, fiquei até assustado. Na primeira vez, colhemos em torno de 10 toneladas”, lembra. A plantação cresceu e Reinaldo já chegou a colher 30 toneladas em um ano, a mesma quantidade que o produtor espera para 2020.
 
Outras opções
Se na propriedade de Reinaldo as uvas dominam a plantação, a poucos quilômetros dali, a goiaba e o abacate são os destaques do agricultor Yukio Yamagata, 66. Ao todo, são cerca de 35 hectares dedicados aos cultivos. “Eu comecei na agricultura plantando hortaliça, mas faltava muita água e acabei indo para a fruticultura. Estou nessa área há cerca de 30 anos”, destaca Yukio.

Hoje, ele tem dois pontos de venda: na Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF) e na Feira do Produtor. A produção de fruta também gera renda para outras famílias. Seu Yukio emprega 15 funcionários. Para ele, a fruticultura é muito rentável, porém difícil de começar. “Exige um certo capital. Muita gente quer mudar, mas não consegue. A fruta é algo que demora a retornar. A goiaba mesmo demorou uns cinco anos para começar a produzir bem”, comenta.
 
Incentivo
São produções como as de Yukio e Reinaldo que a Rota da Fruticultura pretende fomentar, além de motivar outros agricultores a produzirem frutas no Distrito Federal e no Entorno. A ideia é fazer isso por meio de formação, investimentos e apoio.
“Um dos maiores mercados consumidores do Brasil está em Brasília. Hoje, grande parte das frutas vêm de fora. A nossa produção é muito pequena perto do consumo”, ressalta o superintendente federal de Agricultura do DF, William Barbosa. “Um pequeno produtor consegue ter uma renda bem superior a outras atividades. Em média, a receita de um hectare de fruta corresponde a 30 hectares de soja”, observa.
O primeiro passo da rota será fazer um diagnóstico para conhecer a cadeia produtiva, desde o cultivo até a comercialização. Assim, será possível identificar as demandas e definir as prioridades. “Vamos organizar oficinas, distribuir material de divulgação, levantar todo o diagnóstico do Distrito Federal e da Ride (Rede Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno), além de chamar os bancos, empresas de crédito, instituições de pesquisa e assistência técnica”, cita William.

A primeira oficina deve ocorrer em Brazlândia, em abril, segundo o superintendente. “Depois disso, vamos iniciar a capacitação dos técnicos, principalmente da Emater e do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar). Será um curso modular, em que vamos capacitar os profissionais em mais de 10 culturas”, detalha.

O extensionista Felipe Cardoso, da Emater do DF acredita que a iniciativa vai ajudar os produtores a se desenvolverem juntos. “É um arranjo produtivo local. Todo mundo vai se desenvolver, e isso traz investimento público e privado. Os produtores começam a enxergar o mercado”, analisa.
 
Novos cultivos
Atualmente, mais de 1,4 mil hectares são destinados à fruticultura no Distrito Federal, segundo a Emater. Algumas culturas já são fortes na região, como a goiaba e o maracujá, enquanto outras estão em desenvolvimento. “Temos as frutas de clima temperado — maçã, pera, uva — que é algo bem inicial. São frutas que não são caracteristicamente daqui do cerrado, mas, se escolher a variedade correta e adaptada para a nossa região, é completamente possível produzir”, destaca Felipe Cardoso.

Ronaldo Triacca, 54, é um dos produtores que resolveram investir na cultura de uva. Como é descendente de família italiana, a produção, iniciada em 2018, tem como finalidade a comercialização de vinho. “Era um sonho, e o clima de Brasília ajudou. Para fazer um bom vinho, a uva precisa de uma boa amplitude térmica e de altitude. Aqui, nós temos esses dois fatores”, comemora o agricultor da região do PAD-DF.
Para a produção do vinho, Ronaldo se reuniu com outros oito agricultores e, juntos, viabilizaram a vinícola. A expectativa é de que as atividades da rota possam ajudar mais profissionais rurais a se organizarem. “Esse projeto pode dar um grande suporte na comercialização. Isso pode nos ajudar a encontrar ferramentas e novos caminhos para a venda de um produto com qualidade”, ressalta.
 
Variedade
 
Confira algumas produções que têm ganhado destaque no DF
Goiaba - Brazlândia
Maracujá - Núcleo Rural Pipiripau
Banana - Sobradinho
Uva para vinho - PAD-DF
Uva para mesa - Planaltina
Abacate - Planaltina
Maçã - Lago Oeste
Limão e graviola - Gama
 
 
Fonte: Felipe Cardoso, extensionista da Emater-DF 
 
Jornal Impresso
 

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