O primeiro dia de cada ano é uma peça de pano pronta pra ser costurada, já dizíamos, eu e Maciel Melo, na canção PANO DO DIA UM. Lembro do ano que termina com um misto de saudade e tristeza, não me perguntem por qual motivo. Não saberia responder. Esse período me faz refletir exatamente sobre a passagem dos dias, das prateleiras dos sonhos, dos retalhos mal cerzidos, das fantasias rasgadas, das roupas de domingo e do calção velho desbotado que a gente veste para dormir. E assim os meses vão passando, remendando fio por fio, enquanto a nossa vida também passa feito um algodãozinho sem cor e sem graça que vai se desgastando a cada dia que se vai. O ideal seria transformar todos os tecidos puídos e sem cores em chitas alegres e festivas que fizessem viver a alegria da vida, esse festival inesgotável de coisas boas, de tristezas, de surpresas e de decepções. Brindemos o ano novo que bate à nossa porta, doido pra chegar. Que ele venha com sonhos fáceis de realizar. E se não os forem, que tenhamos força e fé para que assim se tornem. Que chegue com uma roupa alegre e bela a vestir nossos dias desta época nova que está só começando. O calendário que passou, já não está na minha mão. Farrapos e fiapos do que não vale a pena, ao lixo joguei-os. Que fiquem lá. Que surjam Felizes Tempos Novos.
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