A língua tem manhas. Uma delas é o discurso sim… mas. Ao usá-lo, tenha uma certeza — vale o que vem depois do mas. A conjunção suaviza o que foi dito e enfatiza o que vem no fim: O prefeito fez muito, mas obteve poucos resultados. O candidato tem boas intenções, mas o programa não diz nada. Maria estuda muito, mas tira notas baixas.
Reparou na malandragem? A frase elogia, mas, em seguida, desqualifica. Pega bem ser generoso. Basta mudar a ordem: O prefeito obteve poucos resultados, mas fez muito. O programa não diz nada, mas o candidato tem boas intenções. Maria tira notas baixas, mas estuda muito.