Pagar joga no time dos verbos generosos. Oferece mais de uma forma para que o freguês escolha. O mão aberta tem dois particípios — pago e pagado. Com os auxiliares ter e haver, aceita um e outro sem fazer cara feia: Os brasileiros têm pago (ou pagado) preços extorsivos. O cliente havia pago (ou pagado) a conta quando a sobremesa chegou.
A dissílaba e a trissílaba merecem nota 10. Mas a língua se curva aos caprichos do falante. Em tempos em que as 24 horas do dia parecem insuficientes, menor é melhor. Daí por que a moçada usa cada vez mais pago em vez de pagado.
Com os auxiliares ser e estar, a novela muda de enredo. Aí, só o pequenino irregular tem vez: A conta foi paga. A conta está paga.