Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão segunda, 22 de junho de 2020

TIETA CHEGA À PLATAFORMA DIGITAL

 

'Tieta', sucesso de 1989, chega à plataforma digital

Trinta anos depois, Beth Faria assiste à novela ao lado da neta e diz que "trama segue atual"

Pedro Venceslau, O Estado de S. Paulo

22 de junho de 2020 | 05h00

A  atriz Beth Faria, protagonista da novela 'Tieta', baseada em Jorge Amado: feminista
Foto: GIULIA BUTLER

'Tieta': novela teve diferenças com livro e causou atrito entre Betty Faria e Sonia Braga

Beth tinha 42 anos quando interpretou a “cabrita” que volta triunfante para Santana do Agreste, 25 anos depois de ser escorraçada de sua cidade natal, na trama inspirada no livro de Jorge Amado. O elenco era um dream team: Joana Fomm, José Mayer, Reginaldo Faria, Yoná Magalhães, Armando Bógus, Ary Fontoura, Lidia Brondi e outros.

 A abertura da novela também fez história. Assinada por Hans Donner, misturava elementos da natureza com a beleza da mulher, representada por Isadora Ribeiro, tendo como pano de fundo as dunas de Mangue Seco, na Bahia. Tieta já havia sido exibida no Vale a Pena ver de Novo, em 1994, e no canal Viva, em 2017. 

“Tieta representa a derrubada de todos os preconceitos. O povo está se identificando com ela agora. Todo dia vejo coisas na internet. Um trabalho que fiz há 30 anos hoje está trazendo coisas boas”, disse Beth Faria ao Estadão. A novela tinha uma pegada feminista no momento em que o Brasil respirava a democracia e a liberdade no ano da primeira eleição direta para presidente após a ditadura militar. 

“Nunca me considerei uma feminista, mas li muito cedo, na adolescência, aos 16 anos, O Segundo Sexo, da Simone Beauvoir. Aquilo deu uma abertura na minha cabeça”, disse a atriz. A força feminina de Tieta ajudou a mobilizar o público, que pressionou a Globo a incluir a novela no cardápio de reprises de sua plataforma de streaming.

Em tempo de #metoo e explosão movimentos contra o assédio, Beth Faria disse que existe um “machismo estrutural” na televisão. “O assédio não foi inventado agora. Não sofri assédio, mas passei por muitos. Se eu disser que sofri me coloco como vítima, e eu não gosto. Passei por assédios e sobrevivi. As atrizes mais jovens hoje enxergam o assédio de outra forma. Passávamos por assédios, mas tínhamos vergonha de falar.” 

Cilada. Em sua quarentena, Beth Faria tem dialogado frequentemente com os colegas da classe artística, que estão mobilizados para tentar evitar o colapso do setor audiovisual. Segundo ela, por volta de 350 mil pessoas estão desempregadas, e a crise antecede a pandemia do coronavírus. “Parou tudo há dois anos e meio. O cinema brasileiro precisa destravar. Houve uma desmoralização dos artistas e do cinema. A população começou a ter antipatia pelos artistas.” 

E por falar em artistas, um tema é inevitável. O que vai ser da Secretaria Nacional de Cultura sob comando de Mário Frias? Sobre ele, Beth Faria é sucinta. “Não o conheço. Não sei qual o projeto dele e se ele tem.” Já Regina Duarte, colega de sua geração na Globo, a atriz conhece bem. Beth conta que não se surpreendeu com as posições políticas dela, que eram conhecidas desde o apoio a José Serra na disputa presidencial contra Lula em 2002. 

Sobre a breve passagem de Regina pelo governo Bolsonaro, Beth Faria tem uma explicação: o ostracismo. “Para uma atriz mais velha o ostracismo tem que ser muito trabalhado psicologicamente. Não é igual a jogador de futebol, que uma hora pifa. A atriz vai tendo menos trabalhos, menos convites. E quando aparecem, é um papel pequeno.” 

Segundo a protagonista de Tieta, um convite como aquele para o governo pode “fazer bem para o ego” da pessoa. “Quando a pessoa não tem uma boa formação cultural, pode cair nessa cilada.” 


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