Antigo avião da Varig se preparando para levantar voo
Neste Brasil desgovernado, quem leva tudo tão a sério, acaba sofrendo de hipertensão – e um dia um infarto o leva pelo caminho da volta eterna.
Como levar a sério um País onde, dizem, Lula está encabeçando todas as pesquisas de opinião para a próxima eleição presidencial, mesmo sendo quem é, mesmo tendo feito o que fez – e até já deveria estar engaiolado, pois o seu estágio de soltura é uma ofensa aos brasileiros de bem, pagadores de impostos e de boa índole. Mas esse é outro assunto e se falar nele estarei jogando “eme” no ventilador. Fica para outra hora.
O bom é viajar. E viajar é algo bom tão antigo e acho até que foi Judas quem inventou, ao colocar à disposição dos capitalistas os primeiros veículos dos antigos meios de transporte.
Viajar sempre, qualquer que seja o meio de transporte. Viajar para ver e desfrutar de belas paisagens e de bons serviços nos hotéis e nos restaurantes. Viajar para fazer mais e novos amigos – embora exista quem goste mesmo de viajar até para curtir o deserto de Atacama.
E nesse começo de viagem fui logo lembrar das companhias de avião que já tivemos à nossa disposição – levadas à falência pela incompetência administrativa e o plantio das sementes com os frutos que hoje convivemos (a corrupção que, como uma lagarta, devora o País).
Viajar pela VARIG era algo bom, prazeroso (o que às vezes estragava a viagem eram as rotas aéreas, as distâncias entre uma aterrisagem e a decolagem e as inevitáveis turbulências – a travessia do oceano Atlântico, por exemplo ou o trecho entre Salvador e Recife) que transformava o percurso numa boa aventura.
A VARIG, Viação Aérea Rio-Grandense foi fundada em 1927 em Porto Alegre por Otto Ernst Meyer. Chegou a fazer parte da fila entre as maiores companhias aéreas do mundo nos anos 50 e 70.
Você nunca voou Varig? Você nunca voou num DC-10 nem num Boeing 747?
Quando começou a enfrentar problemas internos, a Varig foi aos poucos perdendo qualidade e acabou sendo cedida à GOL. Teve falência decretada no dia 20 de agosto de 2010.
VARIG – A maneira mais alegre de voar!
Varig, Varig, Varig!
Aeronave da Transbrasil
Também era prazeroso voar Transbrasil, cortando os céus deste Brasil de norte a sul. Conheci pessoas que gostavam de viajar pela Transbrasil – no mesmo percurso que fariam por outra companhia – apenas para “roubar” o cachecol que servia de encosto nos bancos da aeronave.
A Transbrasil foi fundada a 5 de janeiro de 1955 com o nome de Sadia S. A. – Transportes Aéreos. Parou de voar no ano de 200’ e teve a falência decretada em 2002. Tinha sede administrativa em Brasília/DF.
Fundada por Omar Fontana, quando esse apenas pretendia agilizar melhor o transporte da carne de Santa Catarina para o maior centro consumidor do País, São Paulo. Fez isso e aproveitou para transportar também passageiros, usando inicialmente o DC-3. Passou a executar também a rota para o nordeste, depois que adquiriu a Transportes Aéreos Salvador, em 1961.
O caminhão Pau-de-Arara “operando” nas rodovias brasileiras
Mas, nem tente olvidar ou desclassificar a qualidade da viagem num “Pau-de-Arara” – meio de transporte secular que ainda hoje, apesar dos metrôs, dos aviões modernos e dos trens-balas, ainda existe e até continua sendo o preferido dos passageiros.
É mais barato – e em alguns casos a viagem não será por conta de rota ou opção. Muitas vezes, também, é por ser o único meio de transporte existente nas muitas localidades. É um sofrimento total – e se sofre muito mais quando se tem a certeza de que aquele é o único transporte disponível.
Por que você acha que aquele castigo aplicado pelos torturadores recebe o apelido de “Pau-de-Arara”? Com certeza, não é por ser algo que dê algum tipo de prazer.
Jumento – é bom viajar ao ar livre
É verdade que muitos não viajam de avião, por medo. Quem tem “c” tem medo. Enfrentar uma turbulência aérea em pleno voo, pode até não matar, mas pode levar alguém a sujar a roupa e o assento.
É verdade que o “Pau-de-Arara” não oferece nenhum conforto. Você pode ficar todo “quebrado” ao fim de uma viagem de poucas horas para alcançar um objetivo – e você só recorre a esse tipo de transporte por necessidade extrema.
Agora, você pode enfrentar sol quente, poeira, desconforto e outros itens – mas viajar léguas montado num jumento não é pior que o sacolejo do “Pau-de-Arara” ou a turbulência aérea no trecho Salvador-Recife. Além disso, no jumentinho, você pode parar tantas vezes deseje para mijar, para beber água, para alimentar o bichinho e até para tomar umas calibrinas. E se o jumentinho conhecer a “rota”, você nem precisa ficar sofrendo ao lembrar das belas pernas das Comissárias de bordo.