Eduarda Esposito *
Publicação: 19/05/2019 04:00
"Executo serviços virtuais nas áreas administrativa, financeira, comercial, pessoal... Eventualmente, há algum trabalho de forma presencial. Atuo com plano de trabalho pontual, por pacote com várias atividades, conforme a demanda e prazo definido e negociado com o cliente" Ana Cartaxo Bandeira de Melo, economista aposentada e secretária remota
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Atender telefonemas, agendar encontros e reuniões, administrar e-mails, compra de passagens... Essas são típicas tarefas que fazem parte da rotina de uma secretária ou assistente. A imagem que se tem desse tipo de profissional é a de alguém que fica presencialmente na empresa, em geral, atendendo a um patrão exclusivo. No entanto, a tecnologia tem modernizado o ramo, o que abre possibilidades para o trabalho a distância, atendendo a vários clientes dos mais diferentes lugares. Isso mesmo! É possível que um trabalhador de secretariado desempenhe atividades da própria casa ou de um escritório central. A secretária virtual, remota ou compartilhada é realidade em muitas empresas do país, inclusive na capital federal. As principais atividades desenvolvidas são nas áreas administrativa, financeira e comercial. Há autônomos do setor que cobram por hora.
Para Luciano Maia, diretor da regional Centro-Oeste da Consultoria Lee Hecht Harrison (LHH), essa é uma tendência natural. Ele explica que o serviço remoto teve início nos anos 1960, nos Estados Unidos, chegando ao Brasil na década de 1980, com os famosos deliveries de comida, serviço de entrega em casa. “Os primeiros trabalhos do tipo se ampliaram e, com a consolidação da internet, na virada do século 21, o mundo digital permitiu a multiplicação das atividades a distância. Então, eu diria que a secretária virtual é uma evolução de um fenômeno que vinha acontecendo”, afirma. Para muitos trabalhadores do setor, essa foi uma oportunidade encontrada para atuar de forma autônoma ou abrir o próprio negócio.
"Os primeiros trabalhos remotos se ampliaram e, com a consolidação da internet, na virada do século 21, o mundo digital permitiu a multiplicação das atividades a distância. Então, eu diria que a secretária virtual é uma evolução de um fenômeno que vinha acontecendo" Luciano Maia, diretor da regional da consultoria LHH
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"Já tinha trabalhado como secretária, mas queria liberdade para empreender, e o trabalho remoto permitiu isso%u201D Nayara da Silva Miranda, graduada em secretariado executivo
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Por esses e outros obstáculos, Luciano Maia alerta que nem todos têm aptidão para trabalhar com secretariado remoto. “O profissional tem que fazer uma crítica baseada no autoconhecimento e concluir se tem perfil de trabalhar de casa ou de estar inserido em um escritório”, comenta. “Quem quer trabalhar remotamente tem que ter muita disciplina porque, se não tiver, não saberá separar o que é tempo de trabalho e tempo de lazer”, observa. Nayara da Silva Miranda, 29, formada em secretariado executivo, conheceu o ramo pela internet e se interessou pela possibilidade de empreender. “Já tinha trabalhado como secretária, mas queria liberdade para empreender, e o trabalho remoto permitiu isso”, conta. Para conseguir levar a profissão adiante, Nayara sentiu a necessidade de se tornar mais organizada.
“O meu cotidiano exige organização e atenção, pois preciso rever e checar as demandas, diariamente. Estabeleci horários específicos para não me perder nem prejudicar o funcionamento da minha empresa”, explica. “Os benefícios de trabalhar na área estão em prestar os serviços e conhecer outras empresas e pessoas, trabalhar em todos os lugares, seja em casa, seja em um coworking”, elenca. “Dependendo das demandas dos clientes, você pode trabalhar em um determinado horário e, durante o dia, fazer alguma atividade que não poderia ser feita caso estivesse contratado em um local fixo.” Com relação a desvantagens, ela concorda com Ana Cartaxo: o obstáculo é demonstrar e convencer o público de que o secretariado remoto pode ser benéfico para todos. Porém Nayara permanece otimista. “O trabalho remoto está atingindo vários segmentos no mercado, e era apenas uma questão de tempo até a secretária também fazer parte desse movimento”, afirma.
"Descobri, por meio de pesquisas e grupos, que o home office é uma das formas de trabalhar que proporciona benefícios como flexibilidade, a possibilidade de ser autônomo, atender a vários clientes, entre outros.%u201D Helda Alves Brito, estudante de secretariado executivo
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A estudante do quinto semestre de secretariado executivo bilíngue no Centro Universitário Projeção (UniProjeção) Helda, 39, ainda não trabalha na área, mas afirma que está de olho na nova vertente da profissão. “Faço cursos de capacitação nessa área por saber que tem se tornado uma realidade crescente no mercado de trabalho, não só no secretariado, mas em outras profissões também”, comenta. “Descobri, por meio de pesquisas e grupos, que o home office é uma das formas de trabalhar que proporciona benefícios como flexibilidade, a possibilidade de ser autônomo, atender a vários clientes, entre outros.”
*Estagiária sob supervisão da subeditora Ana Paula Lisboa