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Integrantes do MotoJus apadrinham uma creche para crianças carentes em Sobradinho
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Marcar a pele é rotina para eles. Mas, neste fim de ano, tatuadores de Brasília decidiram marcar também corações. No clima de Natal, alguns profissionais organizaram ações solidárias para ajudar instituições sociais e filantrópicas. Morador da Vila Planalto, Kim Viegas, 27 anos, propôs, em dois fins de semana, tatuar clientes pelo custo de uma cesta básica, desde que o desenho tivesse menos de 10 cm. As doações vão para a Ampare, Instituição Social que defende os direitos da pessoa com deficiência intelectual e múltipla.
Tatuador há três anos, Kim prometeu a si mesmo que quando o negócio deslanchasse, procuraria uma forma de ajudar quem estivesse precisando. Por meio de um grupo de capoeira do qual faz parte, conheceu a Ampare e colocou o plano em prática. “Me falaram que eles precisavam de ajuda. Juntei a fome com a vontade de comer e decidi fazer de última hora. Nem pensei muito”, explica.
Kim usou as redes sociais para divulgar a ação e deu tão certo que não conseguiu atender todos. Ele arrecadou mais de 30 cestas. “Essa é a primeira vez que faço, estou aprendendo meio que no processo, mas como é algo que vi que deu muito certo, quero continuar fazendo algo assim todo ano”, comentou o tatuador.
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Kim Viegas fez tatoos em troca de cestas básicas, em dois fins de semana
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Agasalhos e brinquedos
O estúdio South Wing, na Asa Sul, se organizou e fez um flash day (dia em que os artistas separam desenhos para serem tatuados em promoção) no último sábado. Quem doou agasalhos ou brinquedos teve 10% de desconto na tatuagem. Além disso, 10% de todo o dinheiro arrecadado foi para a Escola Maria Teixeira, na zona rural de Luziânia (GO), que oferece aulas gratuitas para crianças especiais, com problemas de locomoção, audição e fala. Eles também têm aulas de estímulo para bebês e alfabetização de adultos. Tudo de graça.
A escola foi fundada em 1994 pela tia de um dos tatuadores, Hideki Ohashy, 21. “Eles sobrevivem de doações e ajudam mais de 200 alunos. Recebem contribuições mensais dos padrinhos que se identificaram com a causa”, explica o artista. Ele lembra que em uma conversa no estúdio comentou sobre o trabalho feito em Luziânia e todos se motivaram a ajudar. Dezessete tatuadores e um body piercer participaram da ação.
O empresário Diogo Nóbrega, 33, que administra o South Wing, está feliz com o resultado. Segundo ele, a divulgação nas redes sociais deu partida na arrecadação de doações. “Os clientes estão empolgados, o que é muito bom”, ressalta. A diretora da escola, Silvana Vasconcelos está em êxtase com a iniciativa. “Fiquei extremamente emocionada porque isso tem um significado muito grande. É uma grande corrente do bem”, comemora.
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Equipe do estúdio South Wing: desconto para doadores de agasalhos e brinquedos
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Amor sobre rodas
Integrantes dos motoclubes também estão engajados nas campanhas sociais. Henrique Vasconcelos, 55, presidente e fundador do MotoJus M.C., formado principalmente por servidores do poder Judiciário do Distrito Federal, explica que o grupo, além de apadrinhar uma creche para crianças carentes em Sobradinho, distribui cestas básicas e participa de ações de outros motoclubes.
O projeto envolve os cerca de 20 membros, mais os amigos e simpatizantes. “Queremos desmistificar a ideia de que o motociclista é alheio às questões sociais. Estamos acompanhando e fazendo o que for necessário para dar um norte às crianças para que elas tenham um futuro melhor”, afirma Vasconcelos. Sábado passado, o grupo doou cestas básicas e roupas a uma creche em Águas Lindas (GO).
Os Abutres, um dos maiores motoclubes do país e presentes em Brasília há mais de 15 anos, também são solidários. O diretor-regional Celso Firmino, 55, explica que, além da doação de cestas a populações carentes, eles organizam eventos sociais e fazem doação de sangue ao longo de todo o ano. “Tem muita gente precisando, muitos passando fome, sem ter o que vestir, muita gente precisando de atenção, carinho, amor. Acredito que, a gente se juntando para fazer o bem, é vitória de todo mundo”, afirma. Na capital, são cerca de 65 motociclistas abutres. Todos participam das ações de solidariedade.
"Queremos desmistificar a ideia de que o motociclista é alheio às questões sociais. Estamos acompanhando e fazendo o que for necessário para dar um norte às crianças para que elas tenham um futuro melhor”
Henrique Vasconcelos, presidente e fundador do MotoJus