'Ainda acredito no acaso': Tata Werneck reflete sobre relacionamentos, tema de 'Shippados'
Último texto de Fernanda Young, em parceria com Alexandre Machado, produção estreia nesta terça, 12, na Globo
Entrevista com
Tatá Werneck
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Tatá Werneck
12 de janeiro de 2021 | 05h07
A tecnologia invadiu a vida das pessoas mundo afora e abriu inúmeras possibilidades para fazer com que se conectem, estando onde estiverem, no mesmo país ou em pontos distantes do planeta. Entre os aplicativos que fazem parte da nossa vida, existem aqueles que são para aproximar os indivíduos que querem ter um relacionamento amoroso. São os aplicativos de namoro. Usando esse tema como mote, Fernanda Young e seu parceiro, Alexandre Machado, criaram a série Shippados, último trabalho em conjunto – pois Fernanda morreu em 2019 –, que estreou primeiro na plataforma de streaming Globoplay e, nesta terça, 12, chega à Globo, com exibições às segundas, terças, quintas e sextas.
Dirigida por Patricia Pedrosa, a trama conta a história de Rita, que é interpretada por Tatá Werneck. Ela é uma pessoa que leva tudo muito a sério, acredita em tudo que sua mãe diz, seja ou não um absurdo. Tudo o que acontece em sua vida, seja bom ou ruim, ela vai para o computador e revela a seus seguidores. Mas ela quer muito encontrar um namorado, o que não tem sido uma tarefa fácil, mas ela não desiste.
Da mesma forma que a garota, Enzo, vivido por Eduardo Sterblitch, se vale do aplicativo de namoro para conhecer a pessoa que o fará feliz. No entanto, sua jornada também não rende muitos bons frutos, com encontros nada proveitosos. Para completar, o rapaz divide o apartamento com seu amigo Valdir (Luis Lobianco), que namora Brita (Clarice Falcão), e o casal mantém uma relação muito boa, entretanto, os dois são adeptos do naturismo, o que significa que desprezam roupas e têm a mania de andar pelados em casa, o que não agrada nada ao colega de apartamento.
A atriz Tatá Werneck, como toda mãe que trabalha fora de casa, se desdobra entre os cuidados com a pequena Clara Maria, o companheiro Rafael Vitti e sua agenda de gravações. No momento, ela aproveita suas férias curtindo o quanto pode a filha. Pelo menos é o que se observa em suas redes sociais. Separando um tempinho do descanso, a humorista respondeu a algumas perguntas, por e-mail, do Estadão sobre Shippados.
Acho que existe uma Rita por aí. Ou pelo menos com uma parte dela. Talvez com suas crises e medos as pessoas se identifiquem, essa busca pela aceitação, pelo amor nos tempos dos likes. Essas personagens são porta-vozes de visões críticas de mundo muito interessantes.
Acho que eles se conectam justamente por isso. Eles têm uma loucura parecida e uma retórica espontânea e eloquente.
Vale. E vale tentar mil vezes também. Mas com o tempo você aprende que não é o outro que te fará feliz. Se você não estiver inteiro, vai buscar a vida toda. Ou vai usar sua relação como muleta para suas próprias questões existenciais.
Eu nunca entrei em aplicativo de namoro e nem me arriscaria. Ainda acredito no acaso dos esbarros nas esquinas.
Nunca tive esse problema. Sempre fui do jeito que sou. Mas acho que as pessoas têm medo de serem o que são e não serem compreendidas ou aceitas. Estamos carentes de colo. Daquele abraço que diz “calma, vai ficar tudo bem”.
Eles têm crises parecidas. São anti-heróis. Se encontram no erro. Na tentativa. Na perda. Já estão no fundo do poço. Brindando angústias.
Sempre teve. Sempre sonhei em estar em um trabalho com eles. A Rita conta um pouco da história da Fernanda. Essa busca pelo pai era uma busca da Fernanda. Ela estava tão feliz com a série. Eles são tão brilhantes. Fico muito feliz por tê-la deixado feliz. Eles são gênios.