Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo segunda, 19 de julho de 2021

TARTARUGAS MARINHAS: RECANTO DA PRAIA VERMELHA, NO RIO DE JANEIRO, VAI VIRAR SANTUÁRIO MARINHO

 

Recanto de tartarugas, Praia Vermelha, no Rio, vai virar santuário marinho

Proposta foi idealizada pelo Projeto Verde Mar, para ordenar e fiscalizar a pesca na enseada, além de fomentar pesquisa sobre a biodiversidade local

 
 

RIO — Um dos mais belos cartões postais da cidade deve ganhar um reforço para a sua preservação. Está em fase final, dentro da Secretaria municipal de Meio Ambiente (SMAC), a elaboração de um decreto que criará o "Santuário Marinho da Paisagem Carioca" na Praia Vermelha. A medida pretende ordenar as atividades na água e restringir a pesca, além de fomentar a pesquisa sobre a biodiversidade local, que tem, como um dos destaques, a presença das tartarugas.

O decreto irá fazer valer as premissas existentes desde 2013, quando foi criado o  Parque Natural Municipal (PNM) Paisagem Carioca, que abrange o morro do lado direito da Praia Vermelha. O parque foi criado na esteira do título de patrimônio mundial da Unesco ao Rio, em 2012, por sua "paisagem cultural urbana". Com isso, pela lei, as pescas passaram a ser proibidas num limite de até 50 metros de distância do costão rochoso.

Já do lado oposto fica o Monumento Natural (MoNa) do Pão de Açúcar. Além do trecho de 50 metros do lado direito em que qualquer extração natural é proibida, a presença das duas unidades faz com que toda a Praia Vermelha seja uma Zona de Amortecimento, o que demandaria controle de atividades na água. Mas as regras nunca foram devidamente regulamentadas.

A ideia de concretizar a preservação marinha veio do  jornalista e instrutor de mergulho Caio Salles, fundador do Projeto Verde Mar. Desde 2016, ele faz mergulhos na Praia Vermelha e organiza mutirões de limpeza subaquática. Foi assim que percebeu como a maioria dos detritos no fundo do mar eram compostos por petrechos de pesca, como linhas, restos de rede, anzóis, chumbo e até vela de ignição de automóveis.

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Mas apenas limpar o fundo seria "enxugar gelo", como definiu. Por isso, a sua proposta vai além, com base em três diretrizes: comunicação, educação ambiental e pesquisa científica.

— Passei a conversar com alguns pescadores e frequentadores da praia e percebi que quase ninguém sabia que ali era uma área marinha protegida. Passamos, então, a pensar em formas de mitigar o problema — explica Salles, que se uniu a Marcelo Andrade, gestor do PNM Paisagem Carioca, para elaboração do projeto.

A escolha do nome "Santuário Marinho" foi estratégica, para chamar a atenção da fiscalização e, do lado da educação ambiental, atrair excursões escolares. A prioridade zero, como explica Andrade, é a colocação de placas na areia e na costa. Já a ideia de como marcar os 50 metros da área no espelho d'água não está fechada. Salles diz que uma possibilidade é colocar boias no mar, mas isso precisa ser melhor estudado.

— A maioria dos casos aqui é de pesca recreativa. Então a divulgação e sinalização dos limites do parque já ajudam muito. Muitos, quando avisamos, entendem e vão para o outro lado da praia pescar. Já pesca industrial não pode ser permitida, e também devemos ordenar a entrada de jetskis — diz Salles, que destaca que a área próxima ao costão serve como berçário para peixes e tartarugas. — A preservação vai inclusive ajudar a pesca fora dos limites do parque, porque mais espécies vão se desenvolver nesse berçário e depois saírem para o mar aberto.

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Patrocínio para as pesquisas

O passo seguinte é a busca de apoio e patrocínios para as pesquisas. Por isso, Salles vai lançar uma plataforma para financiamento coletivo. Sua ideia é ter quatro linhas principais de monitoramento: das espécies de peixes; da quantidade de lixo no mar; dos organismos bentônicos (que ficam no fundo do mar ou junto à costa rochosa); e das tartarugas, o que seria conduzido pelo Projeto Aruanã, que faz trabalho semelhante nas Cagarras, em parceria com o Ilhas do Rio.

— A tartaruga é um símbolo do que chamamos de "fofofauna", ela desperta o interesse das pessoas — diz Salles, que defende a participação coletiva. —  Não pode ser um trabalho de formiguinha, porque se pisam em uma formiga, ela morre na hora. É preciso formar um formigueiro. Por isso, estou tentando envolver o máximo de pessoas possível, como as assessorias esportivas, as comunidades do entorno, os trabalhadores da praia e diversas instituições parceiras.

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Prefeitura criou Núcleo de Vida Marinha

Dentro da SMAC, o projeto do santuário vem sendo tocado pelo recém criado Núcleo de Vida Marinha, lançado em junho com objetivo de alcançar resultados propostos  pela Década dos Oceanos, da Unesco e da Agenda 2030, da ODC. Gerente do núcleo, Simone Pennafirme diz que o santuário se relaciona à proposta de criar "uma cultura oceânica na sociedade sobre a importância dos ecossistemas marinhos".

 
 

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Além do decreto, cuja minuta está em análise pelo setor jurídico, uma das etapas finais do processo,  será criado um grupo de trabalho, coordenado por Simone e o biólogo Ricardo Sousa Couto, coordenador da Gerência de Unidades de Conservação, para elaborar ações no santuário.

— Na Praia Vermelha é possível encontrarmos espécies em algum grau de vulnerabilidade, como tartarugas marinhas, cavalos-marinhos e raias — destaca Simone, que cita ainda o lançamento que será feito de um guia de identificação de raias encontradas na Baía de Guanabara, incluindo a Praia Vermelha. 


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