Rodrigo Fonseca
13 de março de 2021 | 08h10
RODRIGO FONSECA
Tem uma obra-prima da crônica afetiva agendada para a TV aberta, nesta madrugada, à 1h, na Globo: “Tá Rindo Do Quê?” (“Funny People”, 2009). Nela, Adam Richard Sandler cala todas as bocas que duvidam de seu gigantesco ferramental cênico numa atuação nas raias entre o riso catártico e a mágoa. Quem viu seu magistral desempenho no thriller “Joias Brutas” (“Uncut Gems”, 2019) sabe o quão alto o mais rentável ás da comédia dos últimos 20 anos pode voar, para além do perímetro da risada. E a dublagem de Alexandre Moreno é um primor. A voz maviosa de Moreno já confundiu-se com a persona de Sandler no imaginário brasileiro. E ela se faz ainda mais ajustada nesta dramédia autoralíssima do diretor de “O Virgem de 40 Anos” (2005), que revê momentos da parceria passada de ambos.
p.s.: “Adieu Les Cons”, de Albert Dupontel, foi o grande vencedor do Troféu César 2021, laureado com os prêmios de melhor filme, direção, roteiro original, fotografia, direção de arte e ator coadjuvante (Nicolas Marié). Na trama, uma mulher (Virginie Efira) tenta encontrar uma criança que há tempos perdeu com a ajuda de dois trapalhões.
p.s.2: A coreógrafa, bailarina e professora Aline Bernardi ministrou, durante sete semanas, uma edição especial do Laboratório Corpo Palavra – coreografias e dramaturgias cartográficas. Uma residência artística intensiva e imersiva no formato virtual de formação e criação artística que se propôs a investigar as tramas entre a escrita e os nossos movimentos mais cotidianos. O resultado deste trabalho e outros desdobramentos da pesquisa desenvolvida por Aline há seis anos serão apresentados na mostra virtual “Cartografias Sensíveis”, de 17 a 20 de março, pelo canal do Youtube Celeiro Moebius (https://bit.ly/3q9zULp). Com direção artística de Aline Bernardi e dramaturgia de Ligia Tourinho, o evento gratuito vai contar com apresentação de obras de videoperformance, videodança e videoarte, show, lançamento de livros e conversas sobre o percurso artístico com os 33 participantes do laboratório.
p.s.3: A obra de Ana Cristina Cesar (1952-1983), uma das grandes poetas brasileiras, é recheada de questões existenciais e reflexões sobre o próprio ato de escrever. Com refinamento, ela transformava a banalidade do cotidiano em arte, a partir de uma linguagem coloquial, mas repleta de imagens e referências sofisticadas. Como essa poesia chega e é sentida, no ano de 2021, por uma atriz de 39 anos que vive a quarentena no Rio de Janeiro? Assim se constrói “Ana C.”, solo com dramaturgia e atuação de Laura Nielsen e codireção dela com Thaís Grechi. A montagem entra em temporada virtual, de 18 a 28 de março, com ingressos gratuitos e exibição pelo Youtube – os links estarão disponíveis 30 minutos antes de cada sessão nas páginas do projeto no Facebook (www.facebook.com/anacteatro/) e Instagram (@ana_c_teatro). Haverá também debates nos dias 20 e 27 após a sessão das 21h.