O Teatro inundou-se de beleza e as notas musicais passeavam de ouvido a ouvido, de coração a coração. As maiores sinfonias não seriam grandes se todos os instrumentos não se abraçassem entre si: se os sustenidos do vento não soprassem em sintonia com os bemóis do luar, se o compasso dos sonhos não comportasse notas alegres como o canto de uma sabiá, com intervalos coloridos como as asas da mais bela borboleta. De nada adiantaria um Maestro, por melhor que ele seja. A platéia, respeitosa, saberá aplaudir toda a Ópera, porque construída com amor e dedicação. E ao final, quando o sonho voltar a ser apenas um sonho, a alma de todos estará mais leve, flutuando serena em meio às escalas musicais que nos ajudam a transpor os acidentes não musicais que nos atordoam e nos deixam menos felizes. E acordes sonoros conduzirão nossos olhos para tantas mariposas brancas, pardas ou luzentes, tanto quanto formos merecedores de enxergá-las.