Falta apenas um jogo para o são-paulino voltar a comemorar um título continental. Após 10 anos, o São Paulo tornará a disputar a final da Copa Sul-Americana. Em 2012, a conturbada e incompleta decisão com o argentino Tigre fez emergir teorias sobrenaturais que agora poderão ganhar um ponto final. Em Córdoba, em 1º de outubro, no estádio Mario Kempes, o time de Rogério Ceni medirá forças com o Independiente del Valle, que também busca seu bi. Se for campeão, o São Paulo totalizará em prêmios US$ 7,8 milhões (cerca de R$ 40,5 milhões). Se for vice, ficará com US$ 4,8 milhões (R$ 25 milhões).
Entre 2012 e 2022, o São Paulo só conquistou um título. Em 2021, foi campeão paulista sobre o rival Palmeiras e quebrou um jejum. Agora, o foco é sair da fila na América do Sul. Outrora um dos mais temidos no continente, o São Paulo precisa recuperar seu espaço e prestígio. O adversário, porém, é um time emergente e se tornou uma das potências equatorianas.
O Independiente del Valle despontou para a América do Sul ao mesmo tempo em que o São Paulo começou o seu declínio, em 2013. Em 2016, o Independiente del Valle foi vice-campeão da Libertadores. Três anos depois conquistou a Sul-Americana, com um futebol de vanguarda, posse de bola, velocidade e aposta em jovens atletas. Já o São Paulo tem tido dificuldades para manter um padrão, mas o título continental permitirá ao clube, de várias formas, iniciar uma nova trajetória.
O São Paulo tem uma certeza. Seus torcedores ocuparão a maioria do assentos do estádio Mario Kempes. O time equatoriano não possui tradição em seu país e tampouco um número elevado de torcedores. O campo em Córdoba comporta um total de 57 mil torcedores e já foi palco da Copa do Mundo de 1978, Copa América 2011 e da decisão da Sul-Americana em 2020. O time do Morumbi, porém, não guarda boas recordações do estádio. Em 2019, perdeu para o Talleres, por 2 a 0, pela fase prévia da Libertadores.
A ida do São Paulo retira temores da Conmebol de ter mais uma final esvaziada. A festa da torcida tricolor nos arredores do Morumbi após a conquista da vaga deu o tom da relevância que a decisão terá.
Originalmente, a final estava marcada para Brasília, mas como o jogo ocorre na véspera das eleições presidenciais no Brasil, a Conmebol decidiu transferi-la para Córdoba. A escolha pela cidade se deu como forma de dirimir os prejuízos por ter recebido a decisão de 2020 com portões fechados por causa da pandemia de covid-19.
A classificação para a final da Sul-Americana também permite ao corpo diretivo do São Paulo afirmar que o núcleo de futebol foi certo ao priorizar a disputa do torneio a partir da fase mata-mata. Rogério Ceni, entusiasta da ideia, optou por poupar jogadores no Brasileirão. Quando se imaginava que tudo poderia ter sido em vão, após a derrota por 3 a 1 em Goiânia, o time mostrou capacidade de reação.
Ao todo, 22 dias separam o São Paulo da final com o Independiente del Valle. Neste período, o clube precisará se estabilizar no Campeonato Brasileiro e ainda sonha com a vaga na decisão da Copa do Brasil. No mata-mata nacional, a situação é complicada, após derrota em casa para o Flamengo por 3 a 1.
Apenas quatro jogos estão previstos até 1º de outubro. No domingo, o São Paulo recebe o Corinthians. No dia 14, visita o Flamengo pela Copa do Brasil. Quatro dias mais tarde, pega o Ceará no Castelão. No dia 27, enfrenta o Avaí, antes de se concentrar na final.