SONETO 2
Cruz e Souza
À Julieta dos Santos
Dizem que a arte é a clâmide de ideia
A peregrina irradiação celeste,
E d'isso a prova singular já deste
Sorvendo d'ela a divinal sabeia!.
Da “Georgeta” na feliz estreia, 5
Asseverar-nos ainda mais vieste
Que és um gênio, que te vais de preste
Tornando o assombro de qualquer plateia!...
Sinto uns transportes fervorosos, ledos
Quando nas cenas de sutis enredos 10
Fulgem-te os olhos co'a expressão dos astros!...
E as turbas mudas, impassíveis, calmas
Sentem mil mundos lhes crescer nas almas...
Vão-te seguindo os luminosos rastros!...