SONETO DO DIÁLOGO NUPCIAL
Manuel Maria Du Bocage
Não chores, cara esposa, que o Destino
Manda que parta, à guerra me convida;
A honra prezo mais que a própria vida,
E se assim não fizera, fora indigno.
“Eu te acho, meu Conde, tão menino
Que receio…” – Ah! Não temas, não, querida;
A francesa nação será batida,
Este peito, que vês, é diamantino.
“Como é crível que sejas tão valente?…”
Eu herdei o valor de avós, e pais,
Que essa virtude tem a ilustre gente.
“Porém se as forças forem desiguais…?”
Irra, Condessa! És muito impertinente!
Tornarei a fugir, que queres mais?”