SONETO - 4
Cruz e Souza
À Julieta dos Santos
É delicada, suave, vaporosa,
A grande atriz, a singular feitura...
É linda e alva como a neve pura,
Débil, franzina, divinal, nervosa!...
E d'entre os lábios cetinais, de rosa
Libram-se pérolas de nitente alvura...
E doce aroma de sutil frescura
Sai-lhe da leve compleição mimosa!...
Quando aparece no febril proscênio
Bem como os mitos do passado, ingentes,
Bem como um astro majestoso, helênio...
Sente-se n'alma as atrações potentes
Que só se operam ao fulgor do gênio,
Às rubras chispas ideais, ferventes!...