SONETO - 1
(Cruz e Sousa)
– Os Trópicos pulando as palmas batem...
Em pé nas ondas -O Equador dá vivas!...
Ao estrídulo solene dos bravos! das plateias,
prossegues altaneira, oh! ídolo da arte!...
– O sol para o curso p'ra bem de admirar-te
– O sol, o grande sol, o misto das ideias!...
A velha natureza escreve-te odisseias...
A estrela, a nívea concha, o arbusto... em toda a parte
retumba a doce orquestra que ousa proclamar-te
assombro do ideal, em duplas melopeias!
Perpassam vagos sons na harpa do mistério
lá, quando no proscênio te ergues imperando
– Oh! Íbis magistral do mundo azul – sidéreo!
Então da imensidade, audaz vem reboando
de palmas o tufão, veloz, febril, aéreo
que cai dentro das almas e as vai arrebatando!...