Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Dad Squarisi - Dicas de Português quinta, 06 de agosto de 2020

SOLIDARIEDADE AO LÍBANO

 

Solidariedade ao Líbano

Publicado em português

Grandes tragédias sempre causam comoção. Guerras, tsunamis, terremotos, atentados têm o condão de mobilizar comunidades próximas ou distantes. O sentimento será tanto maior quanto maior for a relação entre as partes. Por esse motivo, a explosão no porto de Beirute ocorrido na terça-feira atinge os brasileiros de forma singular.

O Brasil tem laços históricos com o Líbano. D. Pedro II visitou a antiga Fenícia em 1876. Durante a viagem, falou aos camponeses sobre o império sul-americano, onde já vivia um pequeno número de libaneses. A visita incentivou o fluxo migratório, necessário sobretudo para substituir a mão de obra escrava que se avizinhava do fim.

De lá para cá, o Brasil se tornou a maior nação libanesa do mundo. Os 12 milhões de nativos, naturalizados e descendentes que se espalham pelo território nacional ultrapassam os 8 milhões de habitantes do pequeno país do Oriente Médio. A integração dos dois povos foi tal que pratos da culinária árabe figuram em festas, cardápios e mesas do dia a dia. É o caso de quibe, homus e esfiha.

A calamidade que se abateu sobre a cidade que se reconstruiu depois de 15 anos de guerra civil clama por respostas e por solidariedade. O que provocou a explosão de quase 3 mil toneladas de nitrato de amônio foi acidente, atentado terrorista, bombardeio por força militar estrangeira? Impõe-se esclarecer a questão para que não pairem dúvidas sobre a responsabilidade da autoria.

Embora não se tenha clareza sobre a causa da catástrofe, sabe-se das consequências. Os mortos que ultrapassam uma centena, os feridos que chegam a 5 mil, os deslocados que se aproximam de 300 mil agravam a situação do país afundado em inédita crise política, social, econômica e sanitária.

Os números falam por si: inflação de 80%, moeda desvalorizada, desemprego de 30% dos trabalhadores, sistema de saúde em colapso por causa da pandemia, população empobrecida cuja face mais cruel são as 600 mil crianças que vivem abaixo da linha de pobreza. Os alimentos, 90% dos quais importados, tornaram-se muito caros em face da perda de valor da lira libanesa.

Sem ajuda internacional, o Estado não tem condições de atender as urgências. A diáspora libanesa, um dos pilares da economia fenícia, precisa multiplicar a ajuda. Socorro emergencial chega de países árabes, africanos, europeus e americanos. O presidente Jair Bolsonaro disse que porá uma aeronave à disposição da comunidade.

É pouco. Celeiro do mundo, o Brasil tem de doar alimentos, remédios, insumos, tecnologia e recursos indispensáveis à vida. A Marinha, que colabora com a segurança há 40 anos e se prepara para retornar ao país, necessita rever o calendário e permanecer por mais tempo no Mediterrâneo. Solidariedade nunca faltou aos brasileiros. Não há de faltar agora.

(Editorial do Correio Braziliense de hoje)

 


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