No meu espaço desmedido, por desmesurado que é em relação à pequenez que me acompanha, deixo-me envolver na dureza que o concreto propicia, deparando-me, quando em vez, com todos os silêncios abstratos que povoam minha alma. Nessas terras de rara existência e pouquíssimos sonhos percebo que a poesia areja e arejará a alma das pessoas, que o verso limpa o coração dos homens ensejando-lhes sentimentos bons. A pedra do silêncio continuará sendo pedra, imóvel enquanto alguém não a chute, muda, mas que pode ser bem lavada, limpa, embora continue silenciosa, mas abstraída do ruim. Se assim for, de tão bonita, ninguém ousará atirá-la contra alguém. De tão silenciosa e serena calará nos homens os sentimentos maus. E pedras deixarão de ser atiradas. Chegará o dia?
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