RIO - Agraciado com picos e montanhas de contornos dramáticos, cobertos por florestas verdes e que quase sempre proporcionam visuais deslumbrantes, o Estado do Rio é um lugar privilegiado para quem gosta de percorrer trilhas.
Da orla da capital às serras do interior, não faltam opções de passeios para praticantes dos mais variados níveis de experiência. Especialista no assunto, o presidente da Associação Carioca de Turismo de Aventura (Acta), Fábio Nascimento, lista algumas das trilhas que recompensam aventureiros com as melhores vistas no território fluminense. Lembrando que, além de calçados adequados, máscara e álcool gel são hoje itens obrigatórios.
Mirante do Caeté (Rio de Janeiro)
“Uma trilha muito fácil, com uma caminhada de 25 a 45 minutos, que pode ser feita até sem guias e não exige muito condicionamento físico. Fica no Parque Natural Municipal da Prainha, no Recreio, e lá do alto se tem uma vista incrível para a Prainha e Grumari, e também para toda a orla da Zona Oeste, até a Pedra da Gávea. Vale a pena chegar cedo.”
Pedra do Urubu (Mangaratiba)
“A subida é um pouco mais cansativa, mas não é difícil, com até uma hora de caminhada por um terreno inclinado e irregular. O caminho não tem boa sinalização, mas a trilha é bem marcada no solo, e é difícil se perder. O acesso fica no Centro de Mangaratiba, e a vista pega toda aquela paisagem de pequenas enseadas e montanhas típicas da Costa Verde.”
Cabeça de Dragão (Nova Friburgo)
“A trilha é uma das mais clássicas do Parque Estadual dos Três Picos, na região de Nova Friburgo. É preciso algum preparo físico para fazer a caminhada de duas horas e meia a três horas, a partir do núcleo Salinas. Nos dias bons, dá para ver até a Baía de Guanabara. Sugiro subir entre maio e setembro, porque é mais seco, e levar um casaco corta-vento.”
Pico do Papagaio (Ilha Grande)
“Com a autorização do Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea), responsável pelo Parque Estadual da Ilha Grande, é possível ver até o nascer do sol do alto do pico. É fantástico. E é altamente recomendável contratar um guia para acompanhar a caminhada, de duas a três horas por trecho, com partes muito íngremes.”
Pedra do Sino (Teresópolis)
“Outra trilha em que a ajuda de um guia é muito bem-vinda. São de seis a oito horas de subida, a partir da sede do Parque Nacional da Serra dos Órgãos, em Teresópolis. Antes da pandemia, o melhor seria acampar no parque e subir de madrugada, para ver o sol nascer entre as montanhas cobertas pela neblina. Hoje, se comprar o ingresso com antecedência, dá para entrar às 6h, duas horas antes da abertura geral do parque.”
Morro do Couto (Itatiaia)
"É uma trilha difícil e longa e um guia é recomendável. Não pela necessidade de equipamentos especiais, mas para ajudar com técnicas de 'trepa pedra', para subir em blocos que estão pelo caminho. Mas o visual, para boa parte do Sul Fluminense, compensa. O acesso é pela parte alta do Parque Nacional de Itatiaia. Vale a pena pernoitar no Abrigo Rebouças para aproveitar ao máximo."
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Pedra da Gávea (Rio de Janeiro)
"Dessas, é a que mais exige técnica e preparo de quem for fazer a subida. Isso porque há uma parte de escalada num paredão rochoso vertical, que precisa ser acompanhado por guias com equipamentos específicos. É a trilha mais desafiadora da cidade do Rio, mas tem também um dos visuais mais bonitos, com São Conrado e o Morro Dois Irmãos de um lado, e a Barra da Tijuca do outro. Ela fica no Parque Nacional da Tijuca e a trilha está aberta das 8h às 17h. É passeio para o dia todo."
O que você precisa saber antes de fazer uma trilha
Fábio Nascimento, presidente da Acta, ressalta que, antes de encarar uma trilha, o interessado deve prestar atenção em diversos detalhes, que fazem toda a diferença.
— A primeira dica de todas: o calçado. Tem que ser fechado, de preferência uma bota ou um tênis para atividades em solo de cascalho ou terra, com solado aderente. Nada de chinelos, por favor — afirma.
Roupas leves são bem-vindas, mas para trilhas mais fechadas o ideal é usar calças de tecido leve, que podem virar bermuda. Camisas e blusas com proteção UVA e/ou regulação de temperatura, boné, óculos escuros e casacos tipo corta-vento são outros itens que não podem ser esquecidos.
Sobre a alimentação, ele recomenda tomar um café da manhã reforçado, mas, ainda assim, caprichar nos suprimentos para o passeio:
— Devemos sempre levar um litro e meio, no mínimo de água, e alimentos leves, como frutas e sanduíches. Amendoim, barras de cereais e chocolate são ótimos pra garantir energia extra, principalmente nas caminhadas mais pesadas. O mais importante, porém, é voltar da trilha com todo o lixo que você produzir.
Fábio lembra que é preciso levar um pequeno kit de primeiros socorros, protetor solar e repelente. E, em épocas de pandemia, máscaras e álcool em gel 70% são indispensáveis.
— É preciso respeitar as regras sanitárias determinadas pelas autoridades de cada lugar. Sair em grupos com número de pessoas reduzido, manter uma distância mínima e procurar horários de menor movimento é fundamental — ele lembra.