RIO — Em termos de ambição, o Brasil também não está de brincadeira. As séries nacionais previstas para 2019 prometem projetos grandiosos: de biografias de personalidades históricas a uma ficção científica reconhecida internacionalmente.
Cercada de expectativa, “Shippados” apresentará, com olhar cômico, a união de um casal obcecado por aplicativos de relacionamento. Projeto idealizado por Alexandre Machado e Fernanda Young, a produção estrelada por Tatá Werneck e Eduardo Sterblitch é um dos principais destaques da Globoplay para o próximo ano. Julia Rabelo e Rafael Queiroga também estão no elenco.
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Na mesma plataforma, outra novidade chama atenção: escrita por Marcos Nisti e Estella Renner — e dirigida por Carlos Manga Jr. —, “Aruanas” reunirá as atrizes Débora Falabella, Leandra Leal, Taís Araújo e Camila Pitanga numa história sobre a rotina de ativistas ambientais no Amazonas.
Outra promessa é a volta da emocionante “Sessão de terapia”, do GNT. A quarta temporada vai trazer Morena Baccarin (“Homeland” e “Gotham”) em seu primeiro papel na TV brasileira. Ela vai atuar ao lado de Selton Mello, que também assina como diretor.
Na Netflix, “3%”, a tal ficção reconhecida internacionalmente, foi a primeira série original brasileira do serviço de streaming a fazer sucesso no mundo todo. A trama acompanha jovens separados entre o Continente, habitado pelos pobres, e o Maralto, onde vive uma parcela privilegiada da população. Na segunda temporada, porém, revelou-se que há uma outra área, chamada Concha.
Outra aposta da empresa é “Coisa mais linda”. Ambientada no fim dos anos 1950, seguirá os passos de Maria Luiza (Maria Casadevall), uma mulher conservadora que decide transformar a propriedade de seu marido no Rio em um clube de bossa nova. A série tem direção de Caito Ortiz, Julia Rezende e Hugo Prata — que também está envolvido em outra aguardada atração: “Elis — Viver é melhor que sonhar”, da Globoplay. Esta integra a programação especial de verão que a plataforma exibe a partir de 8 de janeiro, junto com “10 segundos para vencer”.
81 lutas, 2 derrotas
As duas, aliás, foram criadas a partir de filmes de 2016. “Elis” trazia a atriz Andreia Horta no papel de Elis Regina. Sucesso na tela grande, a obra ganhou mais cenas e um formato documental para sua versão em série.
— A história é narrada a partir de uma entrevista da Elis — diz o diretor Hugo Prata. — Nós pegamos diversos depoimentos dela ao longo da vida e filmamos uma entrevista fictícia, que é o fio condutor da trama.
Uma nova personagem também aparece exclusivamente na série: Rita Lee, vivida por Mel Lisboa, que já a tinha encarnado no teatro.
— As duas não se conheciam, mas a Elis foi visitar a Rita na cadeia quando soube que ela tinha sido presa — conta Mel. — É um momento emocionante.
“10 segundos para vencer” conta a história do pugilista Éder Jofre, campeão mundial dos pesos pena e galo nas décadas de 1960 e 70, com um cartel impressionante de apenas duas derrotas em 81 lutas, nenhuma delas por nocaute.
— Ele nunca ouviu os 10 segundos da contagem — lembra o ator Daniel de Oliveira, que vive Éder.
Na versão desdobrada, a história ganhou cerca de 25 minutos de cenas inéditas, que mergulham mais fundo na vida de Jofre e em sua ascensão, comandada com mão de ferro pelo pai, o argentino José Aristides, conhecido por Kid Jofre (vivido por Osmar Prado).
Saindo do universo musical e voltando ainda mais no tempo, a HBO vai trazer a história de Santos Dumont em “Mais leve que o ar”, ainda sem data de estreia. Com direção de Estevão Ciavatta e Fernando Acquarone, a minissérie de seis episódios vai trazer João Pedro Zappa na pele do pai da aviação.