Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Literatura - Contos e Crônicas sábado, 28 de setembro de 2024

SÉRIE *MINAS GERAIS* (CRÔNICA DO COLUNISTA MEGAPHONE DO QUINTAS)
 
SÉRIE "MINAS GERAIS"
Megaphone do Quincas
 
 

 

Vi o Clube da Esquina, dentro do Som Imaginário e os batuques de Minas, olhando para a Serra do Curral, vivendo, imaginando..

Estávamos finalizando nosso primordial passeio ao conjunto arquitetônico da Pampulha, quando veio à mente procurar por resquícios do “Clube da Esquina”, movimento da música mineira que extrapolou, por qualidade, as fronteiras gerais, inclusive as brasileiras.

Eram 3h da tarde, conseguimos achar ali mesmo, pelo móbile, algo parecido com museu e bar do clube da esquina. A alegria foi tão grande que, mesmo sem a exigência, pedimos que reservasse uma mesa. Tudo no pacote: couvert, consumo, astral de clube noturno e uma expectativa enorme.

O sol de 30 e tantos graus, a curta caminhada de 4 quilômetros que fizemos às margens da Pampulha, o vislumbre da Igreja de São Francisco de Assis, de Niemeyer, Portinari e outros mestres, nos cansou. Quando disse curta caminhada é porque a lagoa da Pampulha tem humildes 18 quilômetros de corredores às margens. É grande mesmo. Mas, de Pampulha falarei mais tarde, pois trata-se de uma reserva biológica tão rica e diversa e de um depoimento arquitetônico-escultural tão singular, que só poderei fazê-lo em uma ou mais duas outras colunas.

Pois bem, diante da energia já consumida e da alegria antecipada de mim e minha parceira em ver o Clube da Esquina, restávamos voltar ao hotel – BH é quente! visse – e aguardar a hora para sair ao encontro da noite.

Sim, descansamos, mas não relaxamos. Na minha cabeça, eram cerca de 40 anos de intimidade, música a música, Som Imaginário, Clubes da Esquina, Milton, Lô e Brandt. Voltar ao passado? Que nada, viver o presente eterno e clássico som magistral de Minas, a marca feita por mineiros, mas que cabia gente de toda a parte desde o carioca Milton até o pernambucano Novelli.

Estávamos moderninhos – nem velho metido a guri, nem ex-hippie com cocó nos cabelos milagrosamente longos rs. Para nós era uma cerimônia. E foi.

Chegamos cedo demais – que agonia – umas 20h15. O show para começar as 21h e o burburinho às 23 horas.

Bem, como se diz por aí, relaxamos. Enxerido, fui me apresentando, primeiro identificando Neide, que nos atendeu ao telefone, depois garçons, logísticas e a Virgínia, proprietária da casa. Trocamos e-mails e lhe afirmei que aquele lugar era uma grande atração em Belô.

Numa das fotos aí de baixo (3) pode-se ver na parede cópia da capa do Clube da Esquina nº 2. Significava que, naquela noite, os músicos – ainda produzindo com Milton e outros craques – iriam tocar o disco inteiro de 1978 (nº2). Tão cedo chegamos que ainda flagramos os músicos ensaiando. Que culpa tenho eu!!!

Lá funciona assim, cada dia da semana, executa-se um dos discos do Clube da Esquina, do Som Imaginário, de algum dos músicos da turma em solo, MPB boa demais, até porque seria incompatível coisa menor.

O Bar do Museu do Clube da Esquina, imperdível: em Santa Teresa, perto da Serra do Curral, onde BH nasceu. Quando se sai do universo do ‘Clube da Esquina’, não se levante! Ali, naquele museu sagrado do som, só músicas de excelentes compositores são executadas por músicos de qualidade.

Petiscos, passa e passa, acústica boa para um bar, atendimento de primeira, clima da plateia 10 (ah, às 22 horas, lotou). Público de 8 a 80, diversidade de estilos e origens diferenciadas. Ah, preço honesto para o que se é oferecido!

Nas paredes, escadas, corredores referências a granel aos grandes fazedores do movimento mineiro.

No palco, numa conexão melódica e espiritual com os excelentes Pablo e Beto (violões e teclado). Mas, minha atenção era toda para o palco: melodias, movimentos, vozes, acordes e letras singulares e belas.

Tocaram “Ruas da Cidade”, que recolhi no Youtube.

 

 

Guiacurus Caetés Goitacazes
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
Guajajaras Tamoios Tapuias
Todos Timbiras Tupis
Todos no chão
A parede das ruas
Não devolveu
Os abismos que se rolou
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial
Passa bonde passa boiada
Passa trator, avião
Ruas e reis
Guajajaras Tamoios Tapuias
Tupinambás Aimorés
Todos no chão
A cidade plantou no coração
Tantos nomes de quem morreu
Horizonte perdido no meio da selva
Cresceu o arraial

Enfim, foi pura emoção! Se for a Belô, não perca!


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