Sérgio Mallandro não perde a piada. Em quarentena dentro de casa, no Rio – onde acolhe um amigo que mora nos Estados Unidos –, o comediante de 64 anos foi contratado para apresentar um "stand up motivacional", via internet, para funcionários de uma empresa. A ideia, ele explica, é transmitir uma mensagem positiva, e de forma bem-humorada, para que as pessoas fiquem estimuladas com as próprias rotinas, apesar das dificuldades provocadas pela pandemia do novo coronavírus.
Neste semestre, Mallandro iria cumprir uma série de trabalhos, todos cancelados: seguiria a turnê da peça "Ninguém me leva a sério pô...ráá!" por lugares como Campinas, São Paulo e Salvador, além de cidades americanas, como Orlando e Boston; iniciaria as filmagens do longa "O errado que deu certo", com direção de Pedro Antônio (de "Um tio quase perfeito" e "Tô ryca!"); gravaria um reality-show com 12 ex-namoradas; e começaria a tocar um projeto audiovisual, com o diretor André Moraes, para uma plataforma de streaming.
Apesar de não negar a frustração com o cancelamento da agenda profissional ("esse confinamento está sendo mais dificil do que se manter no programa 'A fazenda', que eu já participei", brinca), ele prefere economizar no número de reclamações.
Nos últimos dias, o comediante tem publicado vídeos, em suas redes sociais, com reproduções das divertidas "danças da quarentena" que ele criou para exercitar o corpo, ao som das expressões "rá" e "glu glu ié ié", uma marca pessoal. Aliás, diante de pedidos dos fãs, como destaca, o humorista já prepara um stand up virtual para o dia 16 de abril, com transmissão ao vivo da própria casa, em live no Instagram.
Prestes a virar avô, o artista mantém conversas diárias, por vídeoconferência, com os filhos Edgard, de 22 anos, e Stephanie, de 26 — ambos em Los Angeles, nos EUA — e Sérgio Tadeu, que espera um filho, o primeiro neto de Mallandro. "Pois é, vou ser vovô na quarentena", Mallandro comemora.
— Na verdade, é uma bênção ficar em casa para seguir o isolamento social. Não dá para dizer que estamos todos no mesmo barco. Estamos sob a mesma tempestade, e precisamos agir do jeito que podemos — afirma. — Essa pandemia deu uma chachoalhada para valorizarmos determinadas profissões. Há até mulheres enaltecendo as depiladoras. Brinco assim, mas é verdade, bicho...! E os médicos merecem tudo. Eles são nossos verdadeiros heróis. Quando isso tudo acabar, eles vão ter que sair em cima do carro de bombeiros para o país todo os aplaudir. O problema é que a gente se esquece de tudo depois que os problemas passam... Aí, volta tudo ao oba-oba.