O verbo ser só tem três letras. Mas dá um senhor trabalho. A razão: é a criatura de cintura mais flexível da língua. Na concordância, nunca toma posição firme. Ora concorda com o sujeito. Ora com o predicativo:
Tudo é flores. Tudo são flores.
Qual a forma certinha da silva? Ambas. Com o ser é assim. Quase sempre as duas construções estão corretas. Há poucos casos em que ele só aceita uma forma. Um deles: a indicação de horas. Você o domina plenamente? Para ter certeza, faça o teste. Leia as frases com atenção. Assinale as que exibirem a concordância pra lá de certa:
a. São três horas. b. É quase três horas, mas Maria não apareceu. c. Seria cerca de cinco horas quando ele chegou. d. Daqui a Porto Alegre são mais ou menos três horas de vôo. e. Já é uma hora? Marcou as letras a, d, e? Pra lá de bom. A concordância do ser não pega você pelo pé. Preferiu outras letras? Cuidado. Você precisa dar uma estudadinha para se garantir no vestibular, no concurso e na vida. Respire fundo e mãos à obra.
São três horas.
Na indicação de horas, o ser é inflexível. Só concorda com o predicativo. Se o número de horas for até um, o verbo vai para o singular. Se for mais de um, para o plural: É uma hora. É uma hora e meia. É meio-dia. É meio-dia e meia. É meia-noite e meia. Daqui a Manaus são três horas de viagem. São cerca de três horas.
Às vezes, o número vem antecedido por palavras ou expressões que indicam aproximação — cerca, quase, mais ou menos, aproximadamente. Não se confunda. O verbo continua o mesmo. Concorda com o número: É quase uma hora e meia.
Daqui a Manaus são cerca de três horas de viagem. Seriam cerca de cinco horas quando ele chegou. São quase três horas e Maria não apareceu. Quando ele chegar, terão se passado mais ou menos seis horas. Teste
Merece nota mil a concordância: a. Quando a prova acabar, terão transcorrido mais ou menos quatro horas. b. Quando a prova acabar, terá transcorrido mais ou menos quatro horas.