Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 17 de abril de 2019

SEMANA SANTA: VIA SACRA DE PLANALTINA

 

VIA-SACRA
 
 
Planaltina espera 160 mil fiéis
 
 
Apesar da redução de verba pública, a maior encenação da Paixão de Cristo do Centro-Oeste está pronta para receber uma multidão, na sexta-feira. No mesmo dia, espetáculo similar será apresentado em outros 23 pontos do Distrito Federal

 

» Bruna Lima
» Fernanda Bastos*
» Renata Nagashima*

Publicação: 17/04/2019 04:00

Voluntário dá os últimos retoques em um dos cenários da via-sacra de Planaltina, no Morro da Capelinha (Vinicius Cardoso Vieira/CB/D.A Press)  

Voluntário dá os últimos retoques em um dos cenários da via-sacra de Planaltina, no Morro da Capelinha

 


Ao menos 24 vias-sacras vão arrastar milhares de fiéis às ruas do Distrito Federal nesta sexta-feira. As procissões que narram a história da condenação, crucificação e ressurreição de Jesus Cristo são um marco religioso católico. Mesmo enfrentando problemas com falta de verbas públicas, praticamente todas as cidades vão realizar as encenações da Paixão de Cristo.
 
É em Planaltina que a celebração cristã mais atrai fiéis dos quatro cantos da capital e até do Brasil. A Via-Sacra do Morro da Capelinha é patrimônio cultural imaterial do DF desde 2008. Para a 46ª edição, o público estimado é de 160 mil pessoas. São mais de 1,4 mil voluntários, entre eles, 900 atores que se preparam por meses para a Semana Santa.
 
Fé, amor e dedicação são algumas das motivações do motorista Ariosvaldo Rocha, 46 anos, conhecido como Wall Rocha. “A via-sacra é tudo pra mim, religiosamente, é tudo. Tem a parte teatral, que me causa uma ansiedade para encenar, mas o mais importante é a fé. Se eu for para o Morro da Capelinha e conseguir evangelizar uma pessoa na multidão, meu papel está cumprido”, destaca.
 
Coordenador da equipe de complemento da via-sacra de Planaltina, Wall afirma que só com a união do grupo vai ser possível terminar tudo antes do evento. “Somos 10 pessoas na equipe de construção dos elementos teatrais e aqui a gente produz os cenários, tochas, armaduras, capacetes, de tudo um pouco. No entanto, sem essa minha equipe, não sai nada, aqui é como uma família, todos se apoiam e conseguimos vencer as dificuldades”, destaca.
 
Calos na mão e dedos cortados para o funcionário público Márcio Rubens, 43, simbolizam a vontade e a alegria de fazer parte dessa comemoração desde 1997. Integrante da equipe do Wall, Márcio ingressou na organização após a morte do pai e o evento foi como uma válvula de escape. “Tudo de bom que aconteceu na minha vida, veio da via-sacra. Nela, conheci a mãe do meu filho e, hoje, ele trabalha no evento. Fiz grandes amizades para vida toda”, conta.
 
Tradição
A costureira Maria de Lourdes Maciel, 69 anos, participa do evento desde 1973. Ela conta que, no primeiro ano, a estrada do Morro da Capelinha era de terra, a organização era formada por 150 pessoas e a história era narrada por um ator por meio de um megafone em cima de um jipe.
 
Hoje, coordenadora da equipe de costura da via-sacra, a costureira atuou como Maria, mãe de Jesus, por oito anos. Com o grupo formado por seis ajudantes, dona Maria afirma que organiza o seu tempo para poder se dedicar integralmente a fazer as 300 roupas e vestes do evento. “Desde o meio de março, venho para a casa de costura todo dia, de oito horas da manhã até de noite. E, de noite, não tem hora para acabar, não. Meu filho tem vezes que dorme aqui para terminar tudo”, explica.
 
Um dos motivos que faz Maria ter essa dedicação extrema são as emoções estampadas nos olhos dos espectadores. “Quando chego lá e vejo tantas pessoas emocionadas, as pessoas tocadas com o momento e a beleza das roupas e da história, é lindo! É muita fé, muita gratidão por tudo!”.
 
Há 10 anos no grupo do evento, Junior Ribeiro, 25 anos, coordena a equipe de encenação pelo segundo ano consecutivo e ressalta que se sente realizado tanto espiritualmente quanto profissionalmente. “Fui evangelizado pela via-sacra. Entrei apenas com o intuito cultural, porque achava interessante e queria fazer parte do maior espetáculo a céu aberto do Brasil. Mas vi que tudo no grupo era movido pela fé. Passei a ver que a possibilidade de evangelização de outras pessoas, também.”
 
Infelizmente, Júnior acrescenta que neste ano, a organização teve muitos desafios, pois contava com R$ 1,6 milhão do GDF para cobrir os gastos com a estrutura, iluminação, figurinos, banheiros químicos e brigadistas. No entanto, foi liberado R$ 1,4 milhão. “Só conseguimos liberação de duas emendas, uma de um deputado no valor de R$ 400 mil, e uma outra, de R$1 milhão de outro deputado. Com isso, tivemos que adaptar o projeto para reduzir os custos”, comenta.
 
Dificuldades
Em Samambaia, os responsáveis pela organização da Paixão do Cristo Negro — segundo maior espetáculo teatral a céu aberto, que ocorre há mais de duas décadas em Samambaia — foram obrigados a reduzir um dia de evento. Sem a liberação das verbas parlamentares prometidas, a encenação será feita na sexta-feira e não no domingo de Páscoa, como antes.
 
Apesar do prejuízo financeiro, cancelar o evento não era uma opção, pois além de narrar a trajetória bíblica de Jesus até o calvário, a Paixão do Cristo Negro foi uma forma de trazer a questão racial e outros temas sociais. “Além de pregar a espiritualidade, a peça é um símbolo de luta e um meio para se debater questões sociais. Manter a encenação é também um ato de resistência em prol da valorização da cultura”, afirma a historiadora e pedagoga Jesa Lima, 34, responsável pela organização.
 
Em 2019, a questão da violência doméstica, o crescimento de casos de feminicídio e o empoderamento da mulher serão o pano de fundo da via-sacra de Samambaia. O tema será trazido nas falas e narrações, nas danças, na trilha sonora e até em forma de poema. “É a forma que temos para fazer a denúncia de várias injustiças e casos de violência e trazer esclarecimento para a comunidade”, explica Jesa.
 
São esperados 15 mil espectadores para o teatro, que faz parte do calendário anual de eventos de Samambaia e acontece na Quadra 102, onde as arquibancadas, palco e uma cidade cenográfica são montadas para dar vida à história de Jesus. Aproximadamente 300 voluntários fazem parte da equipe teatral, incluindo os atores, contrarregras, cenógrafos, figurinistas, maquiadores e técnicos.
 
 
Programe-se
 
Confira o local e o horário das principais encenações da via-sacra no DF, sexta-feira:
 
Arniqueira
» A partir das 15h, na Rua da Matriz da Paróquia Maria Auxiliadora (Setor Habitacional Arniqueira, AE I, lote 2)
 
Asa Norte
» A partir das 9h, na Paróquia Militar São Miguel Arcanjo e Santo Expedito (EQN 303/304)
 
Asa Sul
» A partir das 20h, na Paróquia e Santurário Santo Antônio (SGAS 911, módulo B)
» A partir das 10h, na Paróquia e Santuário Santíssimo Sacramento
 
Ceilândia
» A partir das 15h, na Paróquia Nossa Senhora da Paz
» A partir das 15h, na Paróquia São Francisco de Assis
» A partir das 15h, na Paróquia São José Operário
» A partir das 15h, na Paróquia Senhor Bom Jesus (Setor O)
 
Cruzeiro
» A partir das 9h, na Paróquia Nossa Senhora das Dores
 
Brazlândia
» A partir das 7h, Capela Santa Terezinha
 
Guará
» A partir das 9h, na Paróquia Maria Imaculada (QE 15/17, Guará II)
 
Paranoá
» A partir das 17h, na Matriz Santa Maria dos Pobres
 
Planaltina
» A partir das 16h, no Morro da Capelinha
 
Recanto das Emas
» A partir das 15h, na Paróquia São Gabriel Arcanjo
» A partir das 15h, na Paróquia São José Operário
 
Riacho Fundo
» A partir das 10h, na Matriz São Domingos Sávio
 
Sobradinho
» Às 9h e às 15h, no Santuário Tabor da Esperança
 
Taguatinga
» A partir das 15h30, na Paróquia Imaculada Coração de Maria (QNC 12 A/E 1)
» A partir das 19h, no Colégio Marista, próximo à Paróquia Nossa Senhora de Fátima
» A partir das 15h, na Paróquia Nossa Senhora de Lourdes
» A partir das 18h, na Paróquia São João Batista
 
Samambaia
» A partir das 18h, na Quadra 102, Centro Urbano, próximo à estação do Metrô
 
São Sebastião
» A partir das 18h30, no Morro da Cesb (Núcleo Rural Morro da Cruz)
 
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