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Vilma sofre com o transporte público em dias mais quentes
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Jeferson de Souza quase dobrou as vendas com o calor
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Crispim Nunes não sentiu diferença no lucro mensal
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O calor tem castigado os brasilienses nesta semana. Depois de registrar a tarde mais quente do ano na segunda-feira, com 33,3°C, o Distrito Federal teve temperatura máxima de 31ºC ontem. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros devem continuar com números altos hoje, com máxima prevista de 32ºC e umidade variando de 40% a 90%. Há previsão de pancadas de chuva para amanhã, mas o volume de precipitação deve ser maior apenas no fim de semana.
A temperatura influencia de modo direto a vida dos moradores da capital. Moradora de São Sebastião, Vilma Oliveira, 48 anos, trabalha como empregada doméstica em um condomínio do Jardim botânico e conta que o Sol quente a faz chegar no serviço indisposta. “Eu faço uma longa caminhada até a casa onde trabalho e, em dias de muito calor, fica ainda mais difícil. Sinto mal-estar e muito cansaço, além de ser mais desgastante para pegar ônibus”, afirma.
Para quem é motorista de aplicativo, o clima quente também é um problema. Daniel Maia, 30, sente os efeitos do calor no bolso. “Devido às altas temperaturas, nós, motoristas, temos mais gastos, porque precisamos andar com o ar-condicionado sempre ligado e, consequentemente, gastamos muito combustível. Além do mais, não é bom para saúde, por conta das mudanças de temperatura de ar em relação ao interior do carro com o lado de fora”, pontua.
VendasHá, contudo, quem lucre com o calor. O vendedor ambulante Jeferson de Souza, 31, relata que suas vendas aumentaram consideravelmente devido ao aumento da temperatura no início da semana. Em dias de Sol escaldante, Jeferson chega a vender nove engradados de água. Com o tempo mais fresco, o número chega, no máximo a cinco. Independentemente das temperaturas diárias, o vendedor sempre procura se proteger dos raios solares. “Uso protetor solar, óculos escuros e boné. Estes itens fazem parte do uniforme do vendedor ambulante”, brinca.
Mesmo sendo vendedor de sorvete, Crispim Nunes, 65, avalia que a temperatura não influencia de maneira significativa suas vendas. “O consumo de picolé aumenta em dias muito quentes, mas os lucros de modo geral não mudam muito. As pessoas não estão comprando mais como antes, elas reclamam que os valores estão muito altos.”
O flanelinha Manoel Silva, 74, por sua vez, prefere os dias chuvoso. Ele trabalha há 43 anos no estacionamento em frente ao piso superior da Rodoviária do Plano Piloto e nota os ganhos aumentarem com a chuva: “Quando está chovendo, o lucro é maior, porque as pessoas demoram mais a entrar no carro por conta do guarda-chuva”.
*Estagiária sob supervisão de Fernando Jordão