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Aos 41 anos, a veterana Formiga será uma das referências do time em campo neste domingo
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Paris — De um lado, um estreante em Copas do Mundo. De outro, uma nação conhecida como o país do futebol, que participou de todos os Mundiais. O jogo de hoje entre Jamaica e Brasil fecha a primeira rodada do grupo C e, apesar de toda a experiência da Seleção Brasileira, a partida no Stade des Alpes, em Grenoble, às 10h30, tem cara de primeira vez para a equipe do técnico Vadão. Marta, a maior referência do time, não jogará na estreia — algo inédito na história da jogadora no torneio.
Nos quatro Mundiais que disputou, a brasileira entrou em campo nos 18 confrontos do Brasil na competição e marcou 15 gols, tornando-se a maior artilheira da competição. Logo na edição em que estreou na Copa, em 2003, a alagoana anotou três gols. Na competição seguinte, Marta se consagrou mundialmente. Foi eleita a melhor jogadora da Copa de 2007, ajudando a levar o Brasil à única final que a Seleção disputou — perdeu a decisão para a Alemanha — e foi eleita a melhor do mundo pela segunda vez na carreira. Na Copa de 2011, a camisa 10 brasileira balançou as redes quatro vezes e completou a lista em 2015, com mais um gol.
No entanto, a situação atual é bem diferente dos anos anteriores. Há 15 dias, Marta não participa dos treinos com o grupo. A jogadora do Orlando Pride sentiu uma dor da região posterior da coxa esquerda em um treino da Seleção, na aclimatação para o Mundial em Portugal, em 24 de maio. Além de fisioterapia, a alagoana realiza um trabalho de transição para o campo com bola, separada do elenco principal. Ainda assim, o mistério se ela atuaria na estreia foi encerrado apenas ontem, quando a comissão técnica confirmou o desfalque contra a Jamaica.
Contar com uma craque é o sonho de qualquer equipe, mas ser dependente dela é um risco grande para uma competição como a Copa do Mundo, ainda mais quando há no histórico recente nove derrotas seguidas durante a preparação para a competição. Contestada por essa dependência de Marta, a Seleção Brasileira terá de provar o contrário na oitava edição do Mundial.
A gaúcha Mônica, 32 anos, herdará o posto de capitã da Seleção Brasileira. A zagueira do Corinthians assume a braçadeira na segunda Copa do Mundo dela. Além da ausência de Marta na estreia, a Seleção sofreu três cortes ainda no período de treinos. Adriana, Fabiana e Érika deixaram o elenco após a convocação por causa de lesões. “Acho que, na hora que rolar a bola, toda essa ansiedade da equipe vai por água abaixo e conseguiremos fazer uma boa estreia”, aposta a veterana Cristiane, atacante que disputará o quinto Mundial. Força de vontade em campo, as jogadoras prometem que não faltará. Uma vitória sobre a Jamaica, considerada a rival mais fraca do Grupo C, é fundamental para os planos do Brasil de avançar para as oitavas de final.
Destaque do diaJenni HermosoA Espanha venceu a África do Sul por 3 x 1, ontem, e tomou a liderança do Grupo B da Alemanha. A atacante Jenni Hermoso, do Atlético de Madrid, marcou os dois primeiros gols da Fúria em cobranças de pênalti, enquanto Lucía García fez o terceiro. Thembi Kgatlana descontou para o time sul-africano. Apesar da vitória, a equipe europeia foi para o intervalo perdendo por 1 x 0. No segundo tempo, no entanto, a frieza e a precisão de Jenni Hermoso foram essenciais para construir a virada. Aos 25 e 38 minutos, a atacante cobrou penalidades de forma certeira e garantiu o triunfo espanhol na estreia no Mundial.