08 de julho de 2022 | 05h00
A seleção brasileira estreia neste sábado na Copa América Feminina para manter sua hegemonia continental e, sobretudo, para recuperar sua confiança. Irregular na temporada, o time da técnica Pia Sundhage terá de superar a ausência de Marta, consolidar um time ainda em formação e jogar o suficiente pelo menos para chegar até a decisão, o que garantirá uma vaga na Copa do Mundo do ano que vem, na Nova Zelândia e na Austrália, e outra nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024.
A tabela colocou logo de cara no caminho do Brasil o clássico com a Argentina. O jogo acontece no estádio Centenário de Armênia, na Colômbia, às 21h. As duas seleções estão no Grupo B, que tem ainda Peru, Uruguai e Venezuela. Na outra chave estão Colômbia, Chile, Equador, Paraguai e Bolívia. Apenas os dois primeiros se classificaram.
O Brasil é hegemônico na competição, tendo vencido sete das oito edições, incluindo as três últimas. Apesar disso, Pia Sundhage prega o discurso do pé no chão. "Agora estamos focadas no jogo contra a Argentina, queremos seguir passo a passo na competição. O título será consequência do bom desempenho ao longo do torneio. Primeiro vamos em busca da classificação e, depois, do título”, comentou.
Mais do que mero discurso, a cautela tem razão de existir. O desempenho da seleção este ano não tem sido de encher os olhos. Na temporada, o Brasil soma apenas uma vitória sobre a Hungria, além de dois empates e três derrotas, a mais recente para a Suécia, no mês passado. Os resultados pouco satisfatórios se devem em parte à reformulação do elenco. Jogadoras que o torcedor se acostumou a ver ao longo dos anos já não fazem mais parte do grupo, como Cristiane e Formiga. A craque Marta, por sua vez, também ficou de fora, por motivo de lesão.
"A Marta é uma líder e exemplo para muitas dessas atletas. Sem dúvidas fará falta, porém precisamos seguir, e uma das formas de honrar sua trajetória na seleção é que a gente continue sendo competitivas e conquistando títulos pelo Brasil", considerou Pia.
Das 23 jogadoras convocadas para a Copa América, 13 delas atuam no futebol brasileiro. Boa parte das atletas também disputará uma competição oficial pela seleção pela primeira vez. "É muito bom ver a evolução das novas atletas e perceber o quanto elas agregam as mais experientes aqui na seleção. Isso é grandioso", afirmou a treinadora. "Sem dúvidas nos dará mais tempo para o nosso processo de entrosamento e aprimoramento físico e tático."
A Copa América Feminina começa nesta sexta e vai até 30 de julho. Os jogos serão transmitidos por SBT e SporTV. A competição dá duas vagas diretas aos Jogos Olímpicos de Paris-2024, e também garante os três primeiros colocados na Copa do Mundo do próximo ano, que será organizada em conjunto por Austrália e Nova Zelândia.