Brasil sofre com desentrosamento e perde para Marrocos no 1º jogo após a Copa do Mundo
Foto: Juan Medina/Reuters
Por Ricardo Magatti
25/03/2023 | 21h07Atualização: 25/03/2023 | 21h11
Renovada, seleção brasileira joga mal, ouve ‘olé’ dos marroquinos e é derrotada em Tânger
O desentrosamento atrapalhou a renovada seleção brasileira em seu primeiro compromisso após o fracasso na Copa do Mundo do Catar. A equipe treinada interinamente por Ramon Menezes, técnico do sub-20, começou o ciclo em vistas para o Mundial de 2026 com derrota para o Marrocos por 2 a 1 na noite deste sábado. Está claro que terá difícil tarefa o técnico que assumir a Canarinho.
Em Tânger, a seleção africana jogou com sua base que foi semifinalista na Copa do Catar. Esse entrosamento e o apoio de 65 mil torcedores, que gritaram “olé” no fim da partida, foram importantes para os marroquinos até dominarem a seleção pentacampeã em parte do jogo. No primeiro tempo, marcaram um bonito gol com Boufal. O lance teve origem em falha do lateral Emerson Royal na saída de bola.
Brasil, de Vinícius Júnior, não conseguiu superar entrosamento e bom jogo tático do Marrocos e perdeu por 2 a 1. Foto: Fadel Senna/AFP
Com dez atletas convocados que nunca haviam vestido a amarelinha, o Brasil sofreu para engrenar. Um dos novatos, Rony, teve duas chances para ir às redes, mas errou. O palmeirense, mesmo assim, fez boa apresentação e deu uma assistência para Rodrygo que poderia ter resultado em gol se o camisa 10 tivesse caprichado na finalização. Vini Jr marcou tirando proveito de uma falha do goleiro Bounou, mas seu gol foi invalidado porque ele estava impedido no lance.
Os remanescentes do time de Tite que disputou o Mundial do Catar não fizeram uma boa apresentação, principalmente Lucas Paquetá, que errou passes fáceis e não deu a mobilidade e a criatividade esperada ao meio de campo. O mesmo aconteceu com Casemiro, escolhido para carregar a braçadeira de capitão.
No entanto, saiu do pé direito do experiente volante o gol da seleção brasileira. Ele só aconteceu, é verdade, porque o goleiro Bounou foi protagonista de uma falha impressionante. O chute fraco do capitão brasileiro passou por debaixo do goleiro, destaque da última Copa do Mundo, e encontrou as redes aos 21 minutos da segunda etapa.
Comandante da seleção principal enquanto o tão desejado treinador estrangeiro pela CBF não vem, Ramon demorou, mas fez alterações no segundo tempo. Acionou o palmeirense Raphael Veiga, além de Antony e do jovem Vitor Roque, este que se tornou, aos 18 anos e 25 dias, o atleta mais novo a estrear pelo Brasil desde Ronaldo Fenômeno.
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Ocorre que o renovado selecionado brasileiro não melhorou. A produção ofensiva continuou baixa e, na defesa, havia espaços para os marroquinos explorarem, sobretudo o lado direito do lateral Emerson Royal, que viveu uma noite para lamentar. Foi por ali que começou o segundo gol que definiu o triunfo marroquino. Allah cruzou, Militão não afastou e Sabiri finalizou com violência para vencer Weverton.
Homenagem ao Rei
O primeiro jogo da seleção brasileira desde a morte de Pelé, em 29 de dezembro do ano passado, foi marcado por uma série de homenagens ao Rei do Futebol. Em vez de seus nomes, os atletas jogaram com o de Pelé gravado na amarelinha, logo abaixo do número de cada jogador. A lendária 10 do maior de todos os tempos foi usada por Rodrygo.
Houve um minuto de aplausos em reverência ao ídolo. Em volta do campo, as placas de publicidades exibiram imagens do único tricampeão do mundo.
MARROCOS 2 X 1 BRASIL
GOLS: Boufal, aos 28 do 1ºT; Casemiro, aos 21, e Sabiri, aos 33 do 2ºT;
MARROCOS: Bounou; Hakimi (Allah), Aguerd, Saiss e Mazraoui; Amrabat, Ounahi (Sabiri) e El Khannouss (Louza); Ziyech, Boufal (Ezzalzouli) e En-Nesyri (Cheddira). Técnico: Walid Regragui.
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BRASIL: Weverton, Emerson Royal (Arthur), Éder Militão, Ibañez e Alex Telles; Casemiro, Andrey Santos (Raphael Veiga) e Lucas Paquetá (Yuri Alberto); Rodrygo (Vitor Roque), Rony (Antony) e Vini Jr. Técnico: Ramon Menezes.
JUIZ: Selmi Sadok (Tunísia).
AMARELOS: Amrabat, El Khannouss, Rony
LOCAL: Estádio Ibn Batouta, em Tânger.