A aromaterapia utiliza óleos essenciais obtidos de plantas para promover o bem-estar físico e emocional. Esta prática é amplamente adotada como uma forma de tratamento complementar, sendo considerada segura quando utilizada corretamente. A International Federation of Aromatherapists (IFA) define a aromaterapia como uma “antiga arte e ciência de misturar óleos essenciais extraídos de plantas e outros compostos vegetais para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente”.
Óleos atuam no cérebro como estimulantes
Segundo a especialista, que é membro da Associação Brasileira de Cosmetologia (ABC) e da Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais (ANFARMAG), os óleos podem ser utilizados pela aplicação na pele, por meio do uso de aromatizadores e de difusores ou pela aspiração do seu cheiro.
“Quando inalados, o olfato reconhece as moléculas dos óleos essenciais através de seus receptores, provocando alterações positivas associadas ao sistema límbico, região do cérebro responsável por emoções e comportamentos sociais”, afirma.
Óleos para melhorar o foco e a concentração
Após identificar as causas, fica mais fácil saber quais extratos naturais são mais adequados à sua situação. “Há óleos que aliviam dores, outros que provocam sensação anestésica temporária, e outros que ajudam a relaxar e organizar a mente, otimizando a atenção, o foco e, consequentemente, a produtividade”.
Para este último caso, a farmacêutica indica 3 óleos essenciais que estimulam sua capacidade cognitiva:
1. Óleo de alecrim
No extenso catálogo dos óleos essenciais – há mais de 400 extratos em uso atualmente –, o óleo essencial de alecrim (Rosmarinus officinalis) ainda é um dos mais recentemente explorados. No entanto, seu desempenho já vem sendo reconhecido.
De acordo com uma pesquisa publicada no Scientia Pharmaceutica, o óleo de alecrim tem uma ação pronunciada no cérebro e no sistema nervoso central (SNC), sendo uma ferramenta importante para “esvaziar a mente”. O mesmo estudo também aponta que o extrato tem propriedades estimulantes para o cérebro, aumentando a capacidade de raciocínio e memorização.
2. Óleo de capim-limão
O capim-limão (Cymbopogon citratus) é uma planta utilizada com abrangência no sudeste asiático, sobretudo na Tailândia, seja para cozinhar, seja para fins medicinais. Ela possui propriedades anti-inflamatórias, antinociceptivas, que diminuem a percepção da dor, e antioxidantes, reconhecidos por proteger o cérebro contra danos oxidativos, que contribuem para o declínio cognitivo.
Para examinar os impactos da exposição do óleo essencial de capim-limão em regiões específicas do cérebro, um estudo publicado no International Journal For Multidisciplinary Research constatou que, ao inalarem o óleo essencial de capim-limão, as participantes tiveram um aumento nas funções das áreas pré-frontal, frontal e occipital. Ou seja, as mulheres melhoraram seu desempenho cognitivo em relação aos domínios da atenção e da qualidade da memória, enquanto os índices de calma e alerta da mente também apresentaram melhorias significativas.
3. Óleo de lavanda
Um dos mais usados para desequilíbrios emocionais, o óleo de lavanda pode reduzir os níveis de cortisol, beneficiando o sistema nervoso autônomo e aliviando sintomas de ansiedade generalizada, estresse crônico, irritabilidade e inquietação. Segundo Paula Molari Abdo, um dos seus diferenciais é a alteração química dos neurotransmissores cerebrais, sem causar os comuns efeitos colaterais dos medicamentos sintéticos alopáticos, como a dependência ou a síndrome de abstinência.
“Vale lembrar que o acompanhamento médico é indispensável, não sendo possível utilizar somente os óleos essenciais para o tratamento de doenças ou sintomas. Contudo, em situações em que não há algo patológico, os óleos essenciais são alternativas eficazes na intervenção dos desequilíbrios emocionais”, finaliza a farmacêutica Paula Molari Abdo.