Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo sábado, 27 de agosto de 2022

SAÚDE: TERAPIA COM COGUMELO ALUCINÓGENO REDUZ O CONSUMO EXCESSIVO DE ÁLCOOL

 

Por Andrew Jacobs, The New York Times

 

Terapia com cogumelo alucinógeno reduz drasticamente o consumo excessivo de álcool, diz estudo
 

Um pequeno estudo sobre os efeitos terapêuticos do uso de psicodélicos para tratar o transtorno do consumo de álcool descobriu que apenas duas doses de cogumelos mágicos de psilocibina, combinadas com psicoterapia, levaram a uma redução de 83% na ingestão excessiva de álcool entre os participantes. Aqueles que receberam placebo diminuíram em 51% o uso de bebidas alcoolicas.

 

Ao final do teste de oito meses, quase metade daqueles que receberam psilocibina pararam de beber completamente na comparação com os cerca de um quarto daqueles que receberam o placebo, de acordo com os pesquisadores.

O estudo, publicado na Jama Psychiatry, é o mais recente de uma série de novas pesquisas que exploram os benefícios de compostos capazes de alterar a mente para tratar problemas de saúde mental, desde depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático até o medo existencial experimentado por doentes terminais.

 

 

Embora a maioria dos psicodélicos permaneça ilegal sob a lei federal, a Food and Drug Administration avalia os potenciais usos terapêuticos de compostos como psilocibina, LSD e MDMA, droga mais conhecida como ecstasy.

Michael Bogenschutz, diretor do NYU Langone Center for Psychedelic Medicine e principal investigador do estudo, disse que as descobertas oferecem esperança para os quase 15 milhões de americanos que lutam contra o consumo excessivo de álcool — cerca de 5% de todos os adultos. A ingestão excessiva de bebidas alcóolicas mata cerca de 140 mil pessoas a cada ano.

— Estes resultados são emocionantes. O transtorno por uso do álcool é um grave problema de saúde pública e os efeitos dos tratamentos e medicamentos atualmente disponíveis tendem a ser pequenos — explica Bogenschutz.

O estudo, randomizado duplo-cego, acompanhou 93 participantes por 32 semanas e os dividiu em dois grupos: um recebeu psilocibina e o outro placebo na forma de pílulas de anti-histamínicos. Os participantes, todos lutando contra o consumo excessivo de álcool, também participaram de 12 sessões de terapia, iniciadas semanas antes das primeiras doses do experimento e continuaram por um mês após a dose final. A dosagem de psilocibina foi determinada de acordo com o peso dos participantes. A frequência cardíaca e a pressão arterial foram monitoradas durante as sessões de oito horas.

Embora nenhum dos participantes que receberam psilocibina tenha relatado efeitos adversos graves, o estudo teve uma limitação importante: após cada sessão, quase todos foram capazes de adivinhar com sucesso se haviam recebido psilocibina ou placebo. “Expectativas tendenciosas podem ter influenciado os resultados”, escreveram os autores, “então essa questão continua sendo um desafio para a pesquisa clínica sobre psicodélicos”.

Mary Beth Orr, uma das participantes que recebeu psilocibina, contou que os tratamentos ajudaram a alterar seu relacionamento destrutivo com o álcool. Embora ela nunca desmaiasse e se descrevesse como uma “bebedora elegante”, sua vida, no entanto, foi reduzida pela bebida noturna, que a deixou se sentindo infeliz pela manhã.

— Passei muito tempo, todos os dias, pensando em não beber à noite — relata a aposentada Orr, de 69 anos. — Eu queria parar, mas não conseguia.

 

 

As sessões de psilocibina, disse ela, às vezes eram estressantes, mas no final das contas esclarecedoras. As jornadas místicas e oníricas incluíam toques vívidos de cores, criaturas fantásticas e um encontro emocional com seu falecido pai.

Dois terapeutas serviram como seus guias, enquanto ela estava deitada em um sofá, com os olhos mascarados, uma música suave tocava nos fones de ouvido.

Embora menos colorida e emocionante, a segunda sessão foi ancorada por uma conversa subaquática fundamental com um membro da família, que ela disse ter causado imensa dor ao longo dos anos. Ao final, a aposentada desejou felicidades ao parente, e eles se despediram com um beijo.

A mensagem, segundo Orr, era de perdão, compreensão e amor, tanto para os outros quanto para ela mesma.

— Não tenho mais medo de sentimentos e estou vivendo uma vida mais profunda — disse.

Mais de três anos depois da última sessão, ela contou que raramente bebe, mas se permite uma taça de vinho de vez em quando.

— Não é que eu monitore minha bebida, é só que eu não penso nisso, o que é a parte gloriosa para mim.

Os cientistas não entendem completamente como a psilocibina e outros psicodélicos funcionam na mente, mas acredita-se que as drogas promovam a neuroplasticidade, ou uma religação do cérebro, permitindo que aqueles com problemas psiquiátricos encontrem novas maneiras de lidar com suas doenças e comportamentos autodestrutivos.

Matthew Johnson, um pesquisador de psicodélicos da Johns Hopkins Medicine que não esteve envolvido com o estudo JAMA, disse ter sido encorajado pelos resultados, em parte por causa do tamanho comparativamente grande do estudo e do design duplo-cego. Um teste anterior e promissor sobre psilocibina e transtorno por uso de álcool, observou, teve apenas 10 participantes.

Ele disse que a promessa dos psicodélicos era especialmente empolgante, dada a atual safra de terapias anti-dependência, a maioria das quais visa os desejos, a abstinência ou os receptores de recompensa mediados por drogas no cérebro. A psilocibina e outros compostos psicodélicos, por outro lado, parecem afetar os fundamentos psicológicos do vício, segundo Johnson.

— Este estudo acrescenta à literatura sugerindo que os psicodélicos podem ter eficácia geral anti-dependência, o que é realmente uma coisa estranha, porque é raro que um medicamento em potencial seja eficaz para várias formas de dependência — ele diz.

Bogenschutz, principal autor do estudo, disse que um ensaio subsequente incluiria mais de 200 participantes e testaria a eficácia de uma dose de psilocibina. O teste também usará um placebo diferente, a vitamina niacina.

Na segunda-feira (22), o FDA aprovou o estudo, que será o maior para analisar o uso da terapia pareada com psilocibina para o tratamento do transtorno por uso de álcool.


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